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quinta-feira, dezembro 21, 2006

UFPR comemora 20 anos de pesquisa distribuindo mudas de pinheiro

UFPR, 04/12/2006 - Os 20 anos de pesquisa com pinheiros clonados na Universidade Federal do Paraná serão comemorados dias 5 e 6 de dezembro (terça e quarta-feira) com a distribuição de quatro mil mudas de “Araucaria angustifolia” no Setor de Ciências Agrárias, (Rua dos Funcionários, 1.540).

A comemoração marca também uma nova etapa da pesquisa, que é a diversificação de mudas e a campanha para a criação de um Instituto de Pesquisas com Araucária ou uma gerência nacional para reunir todos os estudos que vêm sendo feitos sobre o pinheiro no Estado e no País.

Para formar florestas com pinheiros de origens variadas, o coordenador das pesquisas na UFPR, professor Flávio Zanette coletou pinhões em Bom Jardim e São Joaquim, Santa Catarina e São Francisco de Paula e Tangará da Serra, Rio Grande do Sul. Essas plantas serão distribuídas aos interessados junto com as mudas produzidas por cruzamento dirigido na UFPR. As pessoas que puderem serão convocadas a dar uma contribuição simbólica de R$ 1,00 por planta. O dinheiro será revertido para a continuidade dos estudos, mas quem não tem condições leva as plantas gratuitamente. Alunos da equipe de pesquisa estarão fazendo a distribuição das 8, às 18 horas.

As pessoas que levarem mudas farão um cadastro com nome, telefone, CPF e endereço de plantio. O objetivo dos pesquisadores é saber onde estarão as plantas para acompanhar o crescimento das árvores.

Além de realizar uma diversificação genética das árvores, a meta é incentivar a produção de pinhões, como alternativa para reforçar a alimentação, destaca o professor Zanette.

NOVIDADES - Os interessados também poderão conhecer os mais recentes resultados com a enxertia e estaquia de araucárias adultas.

Pesquisador da UFPR recebe prêmio

Conhecido por seus estudos sobre a clonagem de pinheiro do Paraná, como alternativa para evitar a extinção da espécie, o pesquisador da Universidade Federal do Paraná, Flávio Zanette, acaba de ser homenageado em Santa Catarina, com o prêmio Gigantes 2005, uma promoção anual do Jornal Tribuna de Balneário Camboriú.

De acordo com os organizadores a estatueta é conferida a pessoas e empresas que desenvolvem a solidariedade no seu dia-a-dia e que trabalham para mudar a vida da comunidade. Esse ano, foram destacados profissionais de todo Brasil e do Exterior.

Além do troféu os homenageados fazem parte da edição num livro que foi lançado durante a entrega do prêmio, na última sexta-feira, dia11 de novembro. A publicação é distribuída para bibliotecas de todo País. Esse ano o tema central da quarta premiação foi “Uma lição de Vida”.

Foram premiadas personalidades que se destacaram em 10 áreas, como inovação; política, ética e consciência; artes; empreendedorismo; juventude e garra; mulher e força; educação, cultura e responsabilidade social; dedicação e vida; ação social e benemerência, além de vida a dois e ainda empresas e negócios.

Zanette foi homenageado na categoria grandes realizadores. É o reconhecimento pelas pesquisas em busca da preservação da araucária, o nosso pinheiro, destacou o pesquisador. As primeiras clonagens começaram há 19 anos, junto com a pesquisadora Cecília Iritani, na UFPR. Hoje há árvores clonadas em várias regiões do Paraná e Santa Catarina. Esse projeto continua e a novidade é o cruzamento entre pólem de pinheiros machos de Lajes, Santa Catarina em pinhas colhidas na região de Curitiba. Foram feitos 240 cruzamentos em outubro.

Pinheiro polinizado pelo homem dá frutos

Segundo coordenador do projeto, professor Flávio Zanette, a polinização dirigida pode aumentar a qualidade dos pinhões.

A pesquisa pela preservação do pinheiro do Paraná, “Araucária angustifólia” em laboratório, conquista mais um importante avanço na UFPR.

Acaba de ser colhida a primeira pinha, fruto da polinização dirigida em 2003. "Há 66 pinhões numa única pinha", comenta com surpresa o pesquisador Flávio Zanette, que começou a desenvolver estudos com pinheiro há quase 20 anos.

A colheita da primeira de mais de 40 pinhas obtidas através da polinização dirigida ocorre um ano e sete meses depois da técnica ter sido aplicada. Os resultados estão comprovando que o homem pode fazer de maneira controlada o que o vento faz aleatoriamente. "Assim, teremos sementes de melhor qualidade", comenta o pesquisador.

Laboratório de Micropropagação faz 20 anos

Com um histórico de 21 teses de doutorado e 17 dissertações de mestrado o Laboratório de Microprogação de Plantas do Setor de Ciências Agrárias da UFPR está completando este mês 20 anos de atividades.

Foi nessa unidade que nasceu o pinheiro de proveta, através de uma técnica de fertilização para evitar a extinção da espécie. A primeira árvore obtida em laboratório foi plantada no município de Araucária e já está completando, em 2005, 19 anos. Hoje, há árvores em várias cidades paranaenses, de Santa Catarina e de outros Estados.

Atualmente estão sendo desenvolvidos 14 estudos no laboratório criado pelo pesquisador Flávio Zanette e que começou a funcionar em 12 de março de 1985. A solenidade que marca os 20 anos foi realizada na última sexta-feira e contou com a participação de pesquisadores e pós-graduandos que já desenvolveram e também que ainda realizam pesquisas na unidade. "Até dia 16, quarta-feira, no fim da tarde fica aberta a exposição de painéis sobre as pesquisas já desenvolvidas no laboratório", explica o atual coordenador, professor Luiz Antonio Biasi.

Os pesquisadores estudam agora a propagação do cinamomo visando controle da dengue. Trata-se de uma árvore comum na região sudoeste do Paraná. Outra pesquisa é sobre o eucalipto tolerante a metais pesados. A intenção dos estudiosos é plantar a árvore em solo poluído e utilizar a espécie para recuperar a terra. Também há estudos com plantas medicinais como o xaxim e ainda, a espinheira santa e plantas ornamentais como o abacaxi. Na área da fruticultura estão sendo realizados estudos de enxertia de macieiras e videiras, além da microenxertia da “ Araucária angustifólia”, o pinheiro do Paraná.

O Laboratório de Micropropagação de Plantas foi financiado pelo Ministério da Agricultura, mas em 1998, depois que os primeiros resultados começaram a aparecer, a FINEP- Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério de Ciência e Tecnologia liberou U$ 200 mil, o que permitiu a criação de um segundo laboratório, desta vez no Setor de Ciências Biológicas, no Departamento de Botânica. "Além de frutos para a ciência a primeira unidade gerou outro laboratório, facilitando a vida de estudantes da Biológicas que não precisam mais ir até o Setor de Ciências Agrárias", lembra Zanette. Assim a iniciativa que nasceu com um pesquisador e dois estagiários, hoje conta com 20 pessoas.

País tem 11 áreas excelentes na ciência

Jornal da Ciência e-mail 3167, de 20 de Dezembro de 2006 - Estudo mostra que pesquisas de neurociências e de cirurgia cardíaca são as que geram mais impacto positivo lá fora. Análise considerou artigos científicos publicados entre 1994 e 2003 que tiveram mais de 100 citações em banco de dados americano.

Eduardo Geraque escreve para a “Folha de SP”:

O Brasil tem 25 núcleos de excelência científica, espalhados por 11 áreas do conhecimento, segundo estudo publicado este mês nos Anais da Academia Brasileira de Ciências.

A maior quantidade de grupos, conforme mostra a metodologia que capta o impacto mundial dos artigos científicos que são publicados por brasileiros dentro ou fora do país, estão na neurociência e na área de cirurgia cardíaca.

"Essas subáreas não apareceram por meio de mágica, elas surgiram exatamente no nosso levantamento", disse à Folha o autor do estudo Rogério Meneghini, do Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde, institutição criada no Brasil pela Opas (Organização Pan-Americana da Saúde).

Além das duas líderes, outras nove áreas se destacaram. A lista tem ainda doenças infecciosas, genética humana, física de partículas, floresta amazônica, metabolismo oxidativo, catálise química, física quântica, contracepção e genômica.

Segundo Meneghini, que não considera seu estudo excludente, e portanto outros poderão aparecer e mostrar um mapa diferente, foram analisados, primeiro, um total de 248 artigos.

Todos publicados em revistas científicas de impacto internacional e presentes na base de dados da empresa americana ISI (Instituto para Informação Científica, na sigla em Inglês), considerada uma referência internacional. Nela, é possível acompanhar os artigos e também a quantidade de referências feitas a ele.

"O período de corte é de 10 anos, de 1994 a 2003. Todos os trabalhos usados na análise receberam mais de 100 citações", explica o pesquisador. Como nesta análise apenas as 11 áreas de maior destaque foram consideradas, o número total de trabalhos caiu para 117.

Entre os grupos de destaque no campo da neurociência, Meneghini destacou o impacto gerado por cinco deles, que foram responsáveis por seis artigos com mais de 100 citações.

"Três deles estão voltados para a farmacologia comportamental", explica. É o caso dos estudos de Frederico Graeff (USP de Ribeirão Preto), André Ramos (Departamento de Biologia Celular, Embriologia e Genética da Universidade Federal de Santa Catarina) e Ivan Izquierdo (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

Os outros dois são liderados por Xavier Albuquerque (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e Miguel Nicolelis (Universidade de Duke/Estados Unidos). O primeiro investiga a transmissão das informações elétricas nos neurônios humanos e de como isso pode ser alterado pelos medicamentos.

O segundo, que faz experimentos sobre conexões sensomotoras, entrou na análise, mesmo estando fora do Brasil, porque vários pesquisadores radicados no Brasil continuam colaborado com ele.

No artigo captado pela pesquisa de Meneghini e Abel Packer, também do centro da Opas, publicado na Science em 1995, houve a participação de Luiz Antonio Baccalá, da Escola Politécnica da USP. Nicolelis é pesquisador na Universidade de Duke, nos Estados Unidos.

(Folha de SP, 20/12)

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Colheita de tomates otimizada

Agência FAPESP, 20/12/2006, por Thiago Romero - A produção mundial de tomates em 2005 ultrapassou 120 milhões de toneladas. O Brasil é o nono produtor, com uma safra de 3,3 milhões de toneladas anuais, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). O Estado de São Paulo é o maior produtor brasileiro, com um volume estimado em 700 mil toneladas, seguido por Goiás e Minas Gerais.

Considerando que aproximadamente 60% do tomate produzido no país é destinado para o consumo in natura e o restante é utilizado para o processamento industrial de molhos e sucos, pesquisadores da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior paulista, finalizaram o protótipo de uma colheitadeira de tomate de mesa, capaz de processar até duas toneladas do fruto por hora de trabalho.

“O protótipo foi criado não só para permitir o aumento da produtividade no campo, mas também para oferecer melhores condições de trabalho aos agricultores”, disse o coordenador do projeto e professor da Feagri, Marcos David Ferreira, à Agência FAPESP. “A idealização do projeto se baseou em conceitos de ergonomia para evitar a má postura dos trabalhadores, ao mesmo tempo em que é possível preservar a mão-de-obra humana, pois são necessárias 11 pessoas para operar a máquina”, explica.

O equipamento, que recebeu o nome de Unidade Móvel de Auxílio à Colheita (Unimac), possui uma plataforma móvel de seis metros de largura, tração nas quatro rodas para favorecer a operação em terrenos inclinados e acionamento elétrico. Enquanto o equipamento se desloca para executar a colheita, os trabalhadores limpam os frutos, os classificam por tamanho e cor e embalam o produto final.

Ferreira garante que o equipamento reduzirá as perdas durante a colheita: o desperdício chega a 30% da produção nacional, devido aos danos físicos causados pelo manuseio dos frutos. “Praticamente toda a colheita de tomates de mesa no Brasil ainda é realizada manualmente para que sejam tomados os cuidados que o processamento requer”, explica. “Mesmo assim as perdas são grandes e nossa meta é acompanhar os padrões internacionais e reduzir esse índice para 8%”, afirma Ferreira.

A Unimac demorou quatro anos para ficar pronta e ainda não tem um preço de mercado definido. As pesquisas que embasaram a tecnologia geraram oito dissertações de mestrado e 14 artigos científicos publicados em revistas nacionais e internacionais. O projeto contou com auxílio no âmbito do Programa Jovem Pesquisador da FAPESP.

O processo de viabilidade técnica do protótipo contou com a participação de especialistas da Universidade da Flórida (EUA), da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e do Centro de Qualidade de Hortaliças da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), além da Embrapa Hortaliças, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, em Gama (DF).

Mais informações: www.feagri.unicamp.br/unimac.

terça-feira, dezembro 19, 2006

Brasileira Marta é eleita melhor jogadora do mundo

Redação Terra (Segunda, 18 de dezembro de 2006) - A brasileira Marta foi eleita a melhor jogadora do Mundo pela Fifa no ano de 2006. A meio-campista foi coroada em festa realizada nesta segunda-feira, na Suíça.

Marta, que tinha batido na trave por duas vezes (terceiro lugar, em 2004, e segundo lugar, em 2005), teve 475 pontos. Ela superou a norte-americana Kristine Lilly, que ficou com o segundo lugar (388 pontos), e a alemã Renate Lingor, que terminou em terceiro, com 305 pontos.

Com apenas 20 anos, a brasileira se torna a primeira jogadora do país a conquistar o prêmio. Bastante emocionada, ela recebeu o troféu da mão do presidente da Fifa, Joseph Blatter.

Nesta temporada, Marta liderou o clube sueco Umea IK na campanha rumo à quarta final da Copa da Uefa, que será decidida contra o Arsenal, tendo marcado sete gols em sete partidas na competição.

"Primeiro, queria agradecer a Deus por tudo que consegui até agora. Aos meus familiares, ao meu clube na Suécia. Enfim, àquelas pessoas que me ajudaram a chegar até aqui. Vou trabalhar firme para voltar aqui mais vezes", disse Marta após a conquista.

Antes da coroação, a jogadora brasileira já tinha declarado que era uma vitória disputar o troféu pelo terceiro ano seguido e pediu maior empenho dos dirigentes para valorizar o futebol brasileiro.

"Estar aqui já é uma vitória para mim. No Brasil, falta interesse em apoiar o futebol feminino, não há empresários que queiram criar um campeonato profissional. Talvez a CBF pudesse conversar com os clubes para pedir-lhes que criem uma liga feminina, pois isso seria muito útil para a Seleção", afirmou.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Barco-hospital idealizado por ONG goiana vai levar atendimento médico ao Rio Amazonas

Agência Brasil (10 de fevereiro de 2003) - Cerca de dois milhões de habitantes de comunidades localizadas às margens do Rio Amazonas serão beneficiados com a construção de um barco-hospital, orçado em R$ 1 milhão. O projeto é idealizado pela Organização Não-Governamental Amazonas Visão, uma entidade civil sem fins lucrativos fundada em setembro de 2002, que tem como finalidade melhorar a qualidade de vida na Amazônia.

A construção de um barco-hospital é um sonho de mais de uma década do oftalmologista goiano Luiz Sérgio Pacheco Santos, 50 anos, presidente da ONG. Em entrevista à Agência Brasil, o médico informou que o projeto está na fase de captação de recursos e que a previsão é que daqui a um ano o barco comece a ser construído e, em quatro meses, esteja pronto. "Esse é um projeto novo, que não é para a ONG, e sim para o Brasil", ressaltou Santos, que trabalha na entidade ao lado de 12 profissionais das áreas de medicina, odontologia, advocacia, engenharia, entre outras.

Num primeiro momento, a idéia do médico era atender a população que vive às margens do Rio Araguaia, divisor dos Estados de Goiás, Mato Grosso, Pará e Tocantins. Mas essa possibilidade foi descartada porque o Araguaia não é navegável em toda a sua extensão.

A escolha do Rio Amazonas também foi estratégica. Segundo o médico, a Região Norte é a mais carente de profissionais de saúde no País, especialmente no caso da população ribeirinha. Santos cursou medicina na Universidade Federal do Pará e conhece bem a realidade da região amazônica. "Ao longo dos 5.800 km de extensão do Rio Amazonas, são aproximadamente 40 comunidades ribeirinhas", afirmou.

De acordo com Santos, quem mora nesses locais geralmente tem de enfrentar uma maratona para chegar às capitais dos estados, onde se concentram os profissionais de saúde. "Para quem ganha um salário-mínimo, por exemplo, é complicado comprar uma passagem de embarcação para Manaus e pagar uma consulta médica para poder cuidar da saúde. Isso sem contar que, muitas vezes, o barco não volta no mesmo dia, e é preciso ficar hospedado num hotel", observou o oftalmologista, acrescentando que, apesar de o objetivo principal ser o oferecimento de serviços de saúde gratuitos às populações menos favorecidas economicamente, não haverá discriminação no atendimento. "Qualquer cidadão que precisar será atendido", garantiu.

Segundo Santos, o barco-hospital foi projetado para navegar o Rio Amazonas de um extremo a outro, durante os 365 dias do ano. Na embarcação, que tem capacidade para acomodar 20 profissionais (entre médicos, dentistas e enfermeiros), poderão ser atendidas cerca de 500 pessoas por dia. Segundo o médico, a idéia é, inicialmente, prestar assistência nas áreas de oftalmologia, otorrinolaringologia, odontologia e clínica médica, além de realizar tratamento preventivo, principalmente com crianças em idade pré-escolar e escolar. "Muitas crianças têm dificuldade de aprendizado e desenvolvimento devido a problemas visuais, auditivos e bucais", afirmou o médico. Para o futuro, o objetivo é incluir outras especialidades, como ginecologia, no atendimento.

O barco terá toda a infra-estrutura de um hospital: serão seis consultórios, duas salas cirúrgicas e uma enfermaria de pós-operatório, além de equipamentos de última geração necessários ao atendimento médico e odontológico. O projeto prevê também a construção de um heliponto, no terraço, o que vai facilitar o acesso dos profissionais.

Mas a atuação das pessoas envolvidas no projeto não se limitará à prevenção e ao tratamento de doenças. O barco-hospital também terá espaço para pesquisas biomédicas e na área de biodiversidade. "Temos interesse em estudar as doenças que acometem os cidadãos na área tropical, em ajudar o governo a monitorar queimadas e desmatamento", exemplificou Santos. Na cobertura do barco será instalada uma antena conectada a satélites, de forma a permitir a transmissão de dados em tempo real para teleconferências no Brasil e no exterior e a troca de informações em pesquisas.

Para concretizar o sonho de construir o barco-hospital, a ONG precisa angariar R$ 1 milhão, e, para isso, conta com doações de empresários e de pessoas físicas. A compra de equipamentos e a manutenção do barco também dependem de parcerias. Santos estima que os custos com equipamentos fiquem em torno de R$ 500 mil. "Acredito que vamos receber muitos equipamentos de interessados em participar do projeto", disse o médico. Em contrapartida, afirmou, as empresas patrocinadoras terão sua logomarca estampada no lado externo do barco, em uma área reservada para marteking e publicidade.

Santos disse que também está confiante na adesão da sociedade, em especial no trabalho voluntário de médicos e profissionais da saúde. "Nas férias, por exemplo, eles podem dedicar 15 dias ao trabalho no barco-hospital", explicou, acrescentando que esta será uma ótima oportunidade de os interessados acumularem conhecimento e trocarem experiências com profissionais de todo o país.

A ONG tem uma conta no Banco do Brasil para doações: agência 3483-5, conta corrente 17839-X

.::: Objetivos do Projeto

Saude:

1 -Atender toda populacao ribeirinha, nas areas de oftalmo, cardiologica, otorrinolaringologica, clinica geral e odontologica;

2 -Detectar problemas e patologias nas areas especificadas;

3 -Contribuir com a saude preventiva e terapeutica para a melhoria da qualidade de vida da populacao alvo;

4 -Promover a educacao sanitaria e preventiva da populacao atraves de formacao de agents de saude da propria comunidade.

5 -Realizar tratamento preventivo, curativo e cirurgico em parceria com entidades publicas ou privadas;

6 -Realizar pesquisas biomedicas e fitoterapicas.

Meio Ambiente:

1 -Promove Educacao Ambiental das comunidades sobre a coexistencia sustentavel com seu meio e o manejo ecologico de seus residuos urbanos e rurais;

2 -Promove a formacao de monitores ambientais para o acompanhamento das acoes da populacao na utilizacao sustentavel dos recursos de seu meio;

3 -Assistir as comunidades em suas atividades economicas, transferindo-lhes praticas e metodos adequados a sustentabilidade de seu desenvolvimento e de seu meio ambiente;

4 -Estabelecer, com parcerias publicas ou privadas, a gestao ambiental, o manejo florestal e faunistico das localidades assistidas, promovendo a Avaliacao de Impactos Ambientais - AIA;

5 -Realizar pesquisas nas areas de gestao e manejo ambiental.

Visite a ONG Amazonas Visão: www.amazonasvisao.org.br
Mande um e-mail: info@amazonasvisao.org.br

Lágrimas, ação. Heliópolis é uma sinfonia

Diário do Comércio (18/12/2006), por Sérgio Roveri - Quando retornou para São Paulo, no início de 2004, depois de dez anos como diretor da Orquestra Sinfônica Brasileira e da Orquestra da Petrobras, no Rio de Janeiro, o maestro paulistano Roberto Tibiriçá foi convidado a conhecer o trabalho do Instituto Baccarelli, na favela de Heliópolis, onde começava a ganhar corpo uma pequena orquestra formada apenas por jovens carentes. O que viu ali, recorda hoje o maestro de 52 anos, inicialmente o levou às lágrimas – e depois à ação. No mesmo dia, um Tibiriçá extremamente emocionado aceitou assumir a direção artística da orquestra que levava o nome da comunidade, a Sinfônica Heliópolis.
Desde aquele dia, várias ondas de emoção banharam o pódio do maestro, entre elas a visita do regente indiano Zubin Mehta ao Instituto Baccarelli, no ano passado, ou a comovente participação dos jovens músicos no espetáculo teatral Acorda Brasil! , escrito pelo empresário Antonio Ermírio de Moraes, e encenado durante o primeiro semestre deste ano no Teatro do Shopping Frei Caneca. Amanhã à noite, sábado (16), no suntuoso palco do Teatro Municipal, Tibiriçá irá protagonizar mais um desses momentos especialíssimos em sua carreira: regidos por ele, os 65 jovens músicos da Sinfônica Heliópolis irão acompanhar o pianista Arnaldo Cohen em um concorrido concerto beneficente. Cohen, que chegou terça-feira de Indiana, nos Estados Unidos, especialmente para este compromisso, irá executar peças de Dvorák e Mendelssohn. O mesmo programa será apresentado no dia 22, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, também com a participação dos garotos de Heliópolis.

"A idéia destas apresentações nasceu em maio, em Belo Horizonte, quando participei, ao lado de Arnaldo Cohen, de uma série de concertos de Beethoven", diz Tibiriçá. "Mostrei a ele o DVD de uma apresentação da Sinfônica Heliópolis e ele se encantou. Na mesma hora concordou em tocar com eles, abrindo mão do cachê". Os dois concertos de Cohen com a Sinfônica foram organizados pela Associação Comercial de São Paulo, com apoio da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), do empresário Antonio Ermírio. O presidente da Associação Comercial, Guilherme Afif Domingos, e o empresário Antonio Ermírio empenharam-se pessoalmente na divulgação e venda dos ingressos para o concerto de amanhã (16) – toda a renda será destinada ao Instituto Baccarelli, que em breve dará início à construção de uma nova sede, com capacidade para 4 mil alunos. "Será uma das maiores escolas de música da América Latina", diz Tibiriçá. "Também iremos oferecer cursos de balé, criados pela bailarina Ana Botafogo, e de artes cênicas, com o diretor José Possi Neto".

O Instituto Baccarelli foi criado pelo maestro Silvio Baccarelli, 75 anos, comovido com um incêndio que destruiu parte da Favela Heliópolis em 1996. "Quando vi, pela televisão, a imagem dos barracos sendo destruídos pelas chamas, eu senti que precisava fazer alguma coisa por aquela comunidade", diz o maestro. "Pensei principalmente nas crianças. Elas precisavam encontrar, naquele ambiente tão precário, um pouco de esperança de dias melhores".

O Instituto começou a trabalhar, inicialmente, com um grupo de 36 crianças e jovens. Hoje são cerca de 500 – distribuídos entre a Sinfônica Heliópolis, a Orquestra da Manhã (aulas de iniciação musical) e o Coral da Gente. "Mesmo que eles não dêem prosseguimento a uma carreira de músicos profissionais, a auto-estima destes jovens já melhorou muito aqui", diz Baccarelli. "A favela é um gueto. Quando você abre uma janela para que eles abandonem este gueto e vislumbrem um mundo novo, tudo muda na vida deles".

No caso específico dos 65 jovens músicos entre 16 e 25 anos que integram a Sinfônica, a janela aberta pelo maestro já trouxe resultados financeiros: eles recebem, para tocar, uma bolsa-auxílio que varia de R$ 500 a R$ 700 por mês. "Em muitos casos, estes jovens já são o maior salário da casa", diz. "A música ajudou a quebrar um ciclo de miserabilidade na vida deles".

Copa do Mundo de Ginástica: 6 medalhas para o Brasil

Folha Online (17/12/2006) - Beneficiada por erro da chinesa Fei Cheng, uma das favoritas ao título, a ginasta brasileira Daiane dos Santos conquistou a medalha de ouro no solo da final da Copa do Mundo, que terminou neste domingo, em São Paulo (SP).

Daiane dos Santos recebeu nota 15,600, enquanto a chinesa, que caiu logo no início de sua apresentação, ficou apenas na quinta colocação --14,625.

O pódio ainda teve a presença de outra brasileira. Laís Souza, que foi eleita a melhor atleta do ano pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro), alcançou o bronze. A prata ficou com a britânica Elizabeth Tweddle --Daniele Hypólito terminou em quarto.
O Brasil encerra sua participação na final da Copa do Mundo, com seis medalhas, sendo duas de ouro --antes, Diego Hypólito no solo. Foram mais duas de prata --Laís Souza, no salto, e Daniele Hypólito, na trave-- e duas de bronze --Diego Hypólito, no salto, e Laís Souza, no solo.

Inter bate Barcelona e leva mundial pela primeira vez

Terra (Domingo, 17 de dezembro de 2006) - Clemer; Ceará, Índio, Fabiano Eller e Rubens Cardoso; Edinho, Wellington Monteiro, Alex (Vargas) e Fernandão (Adriano); Alexandre Pato (Luiz Adriano) e Iarley. Comandados pelo técnico Abel Braga, esses 14 jogadores escreveram seus nomes na história do Inter. Jogando em Yokohama na manhã deste domingo, o time gaúcho venceu o Barcelona por 1 a 0 e conquistou o título inédito do Mundial de Clubes.

Com o título mais importante de seus 97 anos de história, o Internacional se iguala ao arqui-rival Grêmio, que conquistou o mundial em 1983. A equipe colorada também repete o feito de Flamengo e Corinthians, donos de uma conquista cada um.

O Inter criou poucas chances durante o confronto. O goleiro Valdés trabalhou pela primeira vez apenas no começo da etapa complementar. A equipe gaúcha precisou de apenas um lance para decidir o jogo. Em contra-golpe puxado por Iarley, Adriano recebeu livre e estufou as redes.

Depois de perder jogadores como Tinga, Sobis e Bolivar, heróis na conquista da Libertadores, o Inter contou com os garotos Pato e Luiz Adriano para superar o Al Ahly na semifinal. Jogando com frieza na decisão, a equipe gaúcha se consagrou.

O Jogo - Com poucas faltas, o jogo começou aberto. O Inter mantinha a posse de bola durante a maior parte do tempo, mas o primeiro momento de perigo foi do Barcelona. Aos 18min, Deco deixou a bola passar e Van Bronckhorst chutou de primeira. Desajeitado, Clemer espalmou e Ronaldinho quase abriu o placar no rebote.

Um minuto depois, Ronaldinho passou por Fernandão, invadiu a área e foi derrubado por Índio. O ex-gremista caiu pedindo pênalti, mas o árbitro mandou o jogo seguir. Aos 25min, Gudjohnsen pegou a sobra do lado esquerdo da área e mandou por cima na tentativa de acertar o ângulo de Clemer.

Três minutos depois, os torcedores colorados tiveram calafrios no momento em que o árbitro marcou falta para o Barcelona na entrada da área. Ronaldinho cobrou forte, Clemer se atrapalhou e defendeu em dois tempos. Aos 34min, o meia limpou a marcação e chutou rasteiro, com perigo.

O Inter chegou com perigo pela única vez no primeiro tempo aos 37min, quando Índio arriscou uma subida para o campo de ataque. Edinho percebeu a entrada do zagueiro pelo lado direito da área e fez belo passe. Ele recebeu e chutou por cima do gol de Valdés.

O goleiro do Barcelona fez sua primeira defesa no jogo aos 16min do segundo tempo. Após cobrança de escanteio do lado direito, a bola sobrou para Iarley, que chutou de virada. Bem colocado, Valdés defendeu sem dificuldades.

Com o Inter mais bem postado no segundo tempo, o time espanhol voltou a levar perigo somente aos 28min do segundo tempo. Belletti rolou para Deco e viu o meia escorar para Xavi, que chutou de primeira para defesa de Clemer.

Em um contra-ataque fulminante, o Inter marcou o gol da vitória nove minutos antes do final do tempo regulamentar. Iarley arrancou na velocidade e rolou para Adriano. Livre de marcação, ele tocou na saída de Valdés e entrou para a história.

Um minuto depois, Clemer evitou o empate com uma grande defesa. Inseguro durante todo o jogo, ele mostrou competência ao defender chute de Deco de fora da área. Cinco minutos antes do final, Ronaldinho cobrou falta e jogou para fora a última chance do Barcelona.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Cabra mecânica

Agência FAPESP (04/12/2006), por Thiago Romero - A Universidade Federal de Viçosa (UFV), campus de Florestal (MG), está cercada de pequenas propriedades cujas famílias criam caprinos para subsistência. A carne dos animais é o principal produto de consumo, enquanto o leite é pouco utilizado para alimentação humana e acaba sendo descartado sem nenhum aproveitamento.

O cenário serviu de inspiração aos estudantes Charles de Oliveira e Michael Willian, da Central de Ensino e Desenvolvimento Agrário de Florestal (Cedaf) da UFV, que criaram uma máquina de baixo custo para a fabricação de leite de cabra em pó, com orientação do professor Luiz Carlos Gouvêa.

O foco do projeto é permitir o armazenamento para posterior consumo e comercialização. O leite de cabra em pó tem prazo de validade de oito meses, enquanto o líquido azeda em três dias” disse Gouvêa à Agência FAPESP.

O projeto foi um dos cinco vencedores do Prêmio Técnico Empreendedor 2006, promovido pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

A equipe da UFV concorreu com 248 projetos inscritos de todo o país. Consistência do projeto, viabilidade comercial, grau de inovação, potencial de melhoria das comunidades em que serão implementados e valorização da cultura regional foram alguns critérios avaliados. A cerimônia de entrega do prêmio ocorreu em novembro, em Brasília.


Dez litros por hora - O processo de pré-secagem em banho-maria, em que 50% da água do leite é extraída. Com auxílio de um compressor, o leite é então jogado em um forno elétrico.

Um nebulizador foi instalado na parte superior do forno para transformar o leite pastoso em uma espécie de névoa. Com uma temperatura que varia entre 150ºC e 170ºC, o leite em pó cai no fundo do forno com teor de umidade de apenas 3,5%”, disse o professor.

Levando em conta que outra parte do leite em pó fica em suspensão, os pesquisadores acoplaram no forno um pequeno exaustor, que tem a função de sugar o restante das partículas de leite. “Essas partículas passam ainda por um outro aparelho, que denominamos ciclone, responsável por separar o ar das partículas sólidas de leite. Em seguida, o leite em pó é colocado dentro de um recipiente para empacotamento a vácuo”, explica Gouvêa.

A máquina, que está em fase de patenteamento e também poderá ser útil para a produção de leite de vaca em pó, tem capacidade de beneficiar dez litros de leite por hora, sendo que cada litro gera aproximadamente 120 gramas de pó.

Segundo Gouvêa, o equipamento poderá ser utilizado como fonte de renda não apenas para as famílias de Florestal, cidade com cerca de 5,5 mil habitantes, mas em especial para pequenos e médios produtores rurais do Nordeste, região que abriga mais de 90% dos rebanhos de caprinos do país.

No mercado nacional, uma máquina semelhante custa R$ 48 mil. Quando a produção em escala industrial tiver início, nossa máquina custará no máximo R$ 1 mil. Estamos estudando parcerias com empresas”, afirma Gouvêa.

domingo, dezembro 03, 2006

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Brasil é bicampeão mundial de vôlei

Redação Terra (Domingo, 3 de dezembro de 2006) - A Seleção masculina de vôlei se sagrou bicampeã mundial neste domingo, ao bater a Polônia por 3 a 0. Agora no Japão, o Brasil chega à segunda conquista da competição, depois de levantar sua primeira taça em 2002, na Argentina.

A equipe de Bernardinho não deu chances ao rival e colocou 25/12, 25/22 e 25/17.

Com excelente campanha, o Brasil só perdeu uma partida na competição, quando, na primeira fase, foi derrotado pela França por 3 a 1.

Já na segunda fase, a equipe nacional foi impecável e só perdeu dois sets: um para Sérvia e Montenegro na semifinal e um para a Bulgária.

No restante, foram vitórias por 3 a 0 sobre Estados Unidos, República Checa, Itália e, hoje na final, Polônia.

Devido à demora das partidas que antecederam a grande final, a decisão entre Brasil e Polônia atrasou quase uma hora, começando às 9h15, duelo que estava marcado para iniciar às 8h30.

O duelo - O Brasil começou a partida arrasador. O bloqueio chegava em todas as jogadas e, quando não amortecia as bolas, a defesa fazia sua parte. Os poloneses estavam perdidos em quadra e os brasileiros, bastante concentrados.

A disparidade entre as duas equipes era tanta que até o líbero polonês Gacek foi substituído. Tudo bem que foi devido a uma lesão no tornozelo esquerdo, mas esse era o menor dos problemas. A equipe do técnico Bernardinho estava jogando tanto que ela igualou a maior diferença em um set, contra Sérvia e Montenegro, na semifinal: 25 a 12.

No segundo set, a Polônia voltou jogando bem melhor. Tanto que, desde o início, tomou a dianteira da contagem. Mas o placar, assim mesmo, estava equilibrado, com os brasileiros poucos pontos atrás.

Os brasileiros até encostavam no placar, mas a maioria dos contra-ataques que teve para passar a frente do set, errou. Mas, quando o placar estava 22 a 22, André Nascimento acertou a mão e colocou a Seleção na dianteira do placar. A partir de então, os brasileiros fizeram todos os pontos e fecharam a parcial por 25 a 22.

No terceiro set, os brasileiros começaram logo com um bloqueio para mostrar que não queria disputar mais um set. Aos poucos, a Seleção ia abrindo uma margem no placar. Os jogadores da Polônia começaram a se desesperar e errar muitos ataques e contra-ataques.

A partir do segundo tempo técnico, os poloneses simplesmente ficaram perdidos em quadra, o que só facilitou o para os brasileiros. Em um ataque de André Heller, o Brasil fechou o set em 25 a 17, o jogo em 3 a 0, e conquistou o segundo título mundial.