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terça-feira, junho 19, 2007

Inseticida natural contra dengue

Agência FAPESP - 07/03/2007, Por Thiago Romero - O verão destaca ainda mais um grave problema de saúde pública: a dengue. Apenas nos primeiros meses do ano foram notificados 67.840 casos da doença no país, sendo os Estados com maior número o Mato Grosso do Sul, com 35.863, seguido de Mato Grosso (4.350), Rio de Janeiro (4.196) e Minas Gerais (2.499), segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde.

Um passo importante para o controle da doença foi dado por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, e da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista. A partir de uma planta nativa brasileira e pouco conhecida, a Piper solmsianum, eles criaram um biocida, um inseticida natural capaz de eliminar todas as larvas do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, em um reservatório de água.

O trabalho, conduzido pela bióloga Marise Maleck e pelo entomologista Anthony Érico Guimarães, pesquisadores do Laboratório de Díptera do IOC, teve como ponto de partida o estudo das lignanas, moléculas lipídicas produzidas pela atividade metabólica de plantas. As plantas naturalmente eliminam tais substâncias para a defesa contra inimigos, como insetos que as têm como fonte de alimentação.

Primeiramente, os pesquisadores atestaram a alta toxicidade das lignanas produzidas pela Piper solmsianum, especificamente contra as larvas do Aedes aegypti. “A planta passou por um processo conhecido como maceração, que consiste em extrair quimicamente seus princípios ativos. O produto final desse processo fitoquímico é um líquido oriundo das lignanas”, disse Guimarães à Agência FAPESP.

“Fizemos testes com diferentes dosagens desse líquido até chegar à formulação ideal. Ao utilizarmos 100 microlitros em um litro de água contendo larvas do Aedes aegypti, a mortalidade da larva foi de 100% em 24 horas”, afirmou.

Segundo o pesquisador, por serem químicos ou biológicos (feitos com bactérias), os larvicidas utilizados atualmente contra o mosquito da dengue apresentam algum grau de toxicidade, seja para humanos ou para outras espécies animais e vegetais que dependem da água onde eles são aplicados.
“Além de ser produzido a partir de uma planta nativa e extremamente abundante na Mata Atlântica, a maior vantagem do biocida é sua capacidade de matar as larvas do mosquito sem deixar qualquer tipo de resíduo tóxico no meio ambiente”, explicou.

Tanto a molécula que tem ação biocida contra a larva do Aedes aegypti como seu processo de isolamento foram patenteados. Os dados estão em fase de publicação. “Estamos terminando a revisão final de um artigo que deverá ser encaminhado nos próximos dias para o Journal of Medical Entomology”, disse Guimarães.

O professor Massuo Jorge Kato, do Instituto de Química da USP, foi o coordenador do grupo responsável pelo trabalho de isolamento da lignana da Piper solmsianum, nos laboratórios da instituição paulista.


Reações adversas
Anthony Guimarães disse que, em estudos anteriores realizados pela equipe, a mesma lignana que teve efeito contra as larvas do mosquito da dengue foi testada contra o Trypanosoma cruzi, protozoário causador do mal de Chagas.

“No caso, foi comprovado que as lignanas não tiveram ação tóxica contra o barbeiro, que é o vetor da doença, e sim contra o Trypanosoma cruzi, fato que comprometeu sua eficácia. Como não têm efeito para o combate direto ao barbeiro, as lignanas teriam que ser primeiro ingeridas pelo inseto para depois matar o Trypanosoma, um caminho bem mais complicado de ocorrer”, explicou.
A próxima etapa dos trabalhos para o combate a dengue será a realização de testes em campo, em condições diferentes das encontradas em laboratório. “Iniciaremos os testes para comprovar a eficácia do biocida na natureza. Sabemos que existe a possibilidade de as lignanas serem produzidas em larga escala de maneira sintética. Se os resultados forem positivos, estaremos bem mais próximos de um produto industrial”, disse.
A dengue tem o Aedes aegypti como principal vetor dos quatro tipos de vírus causadores da doença: Den-1, Den-2, Den-3 e Den-4. O ciclo de transmissão ocorre quando a fêmea do mosquito deposita seus ovos em recipientes com água. Ao saírem dos ovos, as larvas vivem na água por cerca de uma semana antes de se transformarem em mosquitos adultos.
A maior preocupação dos gestores em saúde pública no país atualmente, segundo Guimarães, é com o Mato Grosso do Sul. “Os grandes centros urbanos, como São Paulo, Vitória e Salvador, já tiveram epidemias causadas especialmente pelo vírus do tipo 3”, explicou. Segundo o pesquisador da Fiocruz, com exceção de bairros isolados, esses grandes centros estão isentos de grandes epidemias a médio prazo.
“Mas no Mato Grosso do Sul, onde o vírus foi introduzido recentemente e as pessoas ainda têm contato intenso com o mosquito, é alta a probabilidade de termos grandes epidemias nos próximos anos”, alertou.

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quinta-feira, junho 14, 2007

Projeto Tesourinha: Cursos gratuitos de capacitação profissional na área de estética e beleza

O Projeto Tesourinha é uma sociedade de interesse público que reúne profissionais da área de estética e beleza, com o objetivo de oferecer formação profissional gratuita para jovens oriundos de famílias de baixa renda. Para oferecer os cursos de cabeleireiro, manicura, pedicura, maquiagem e depilação, a instituição conta com o apoio de empresas patrocinadoras, doações e também de trabalhadores voluntários. Aliada à formação técnica existe ainda um módulo de cidadania, que trata de assuntos como meio ambiente, reciclagem, drogas, sexualidade, etc.

Os alunos que finalizam o curso são estimulados a abrir um negócio próprio. Além disso, a instituição mantêm contato com salões que recrutam novos funcionários entre os formandos do Projeto Tesourinha.

Cursos:
Cabeleireiro: O curso de cabeleireiro é composto por aulas práticas e teóricas com 9 meses de duração nos períodos da manhã, tarde e aos sábados em período integral.
Manicura/Pedicura: O curso de manicura/pedicura é composto por aulas práticas e teóricas com 3 meses de duração nos períodos da manhã, tarde e aos sábados período integral.
Maquiagem: O curso de maquiagem é composto por aulas teóricas e práticas com duração de 2 meses nos períodos da manhã, tarde e aos sábados.
Depilação: O curso é composto de aulas teóricas e práticas com duração de 2 meses.

Como participar:
Os períodos de inscrições variam de acordo com o curso e com a unidade. Para participar é preciso preencher um formulário no site do projeto com informações pessoais, curso de interesse e horário disponível.

Contato:
Web-site: http://www.projetotesourinha.org.br/
Projeto Tesourinha - Unidade Ibirapuera: Av Ibirapuera, 3501, São Paulo – SP - CEP: 04528-000 - Tel. (11) 5096-5806 / (11) 5096-2495
Projeto Tesourinha - Unidade Jardim Arpoador: Av. Prof. João de Lourenço, 485, São Paulo – SP - CEP: 05567-130 - Tel. (11) 3781-8170
Projeto Tesourinha - Instituto Lygia Jardim: Av. Brigadeiro Luis Antônio, 186 - Bela Vista, São Paulo - SP - Tel. (11) 3112-0252

segunda-feira, junho 11, 2007

Ariano Suassuna

Ariano Vilar Suassuna (João Pessoa, 16 de junho de 1927) é um dramaturgo, romancista e poeta brasileiro. É filho do ex-governandor João Suassuna (1924-1928). Ariano Suassuna é um dos mais importantes dramaturgos brasileiros, autor do célebre Auto da Compadecida, e um defensor militante da cultura brasileira.

Biografia
Ariano nasceu na então Cidade da Paraíba (Parahyba em ortografia arcádica), que hoje é a cidade de João Pessoa, num dia de Corpus Christi, o que acabou por ocasionar a parada de uma procissão que ocorrera no dia de seu nascimento na frente do palácio do governo do estado. Ariano viveu os primeiros anos de sua vida no Sítio Acauhan, no sertão do estado da Paraíba. Aos três anos de idade (1930), Ariano passou por um dos momentos mais complicados de sua vida com o assassinato de seu pai, no Rio de Janeiro, por motivos políticos, durante a Revolução de 1930, o que obrigou sua mãe, Cássia Vilar Suassuna, a levar toda a família a morar na cidade de Taperoá, no Cariri paraibano.

Ainda em Taperoá, Ariano teve conhecimento da morte do seu pai, que ocorreu dentro da cadeia de eventos que sucederam e estavam ligados à morte de João Pessoa, e, como produto destes acontecimentos, sua família precisou fazer várias peregrinações para diferentes cidades, a fim de fugir das represálias dos grupos políticos opositores ao seu falecido pai.
De 1933 a 1937, Ariano residiu em Taperoá, onde "fez seus primeiros estudos e assistiu pela primeira vez a uma peça de mamulengos e a um desafio de viola, cujo caráter de “improvisação” seria uma das marcas registradas também da sua produção teatral."

Estudos
Em 1942, já adolescente, Ariano Suassuna muda-se para cidade de Recife, no vizinho estado de Pernambuco, onde passou a residir definitivamente. Estudou o antigo ensino ginasial (ensino fundamental) no renomado Colégio Americano Batista, e o antigo colégial (ensino médio), no tradicionalíssimo Ginásio Pernambucano e, posteriormente, no Colégio Oswaldo Cruz. Posteriormente, Ariano Suassuna concluiu seu estudo superior em Direito (1950) e em Filosofia (1960).

Ariano Suassuna estreou seus dons literários precocemente no dia 7 de outubro de 1945, quando o seu poema Noturno foi publicado em destaque no Jornal do Commercio do Recife.

Advocacia e teatro
Na Faculdade de Direito, conheceu Hermílio Borba Filho, com quem fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco. Em 1947, escreveu sua primeira peça, "Uma mulher vestida de Sol". Em 1948, sua peça "Cantam as harpas de Sião" (ou "O desertor de Princesa") foi montada pelo Teatro do Estudante de Pernambuco. Seguiram-se Auto de João da Cruz, de 1950, que recebeu o Prêmio Martins Pena, o aclamado Auto da Compadecida, de 1955, O Santo e a Porca - O Casamento Suspeitoso, de 1957, A Pena e a Lei, de 1959, "A Farsa da Boa Preguiça", de 1960, e "A Caseira e a Catarina", de 1961.

Entre 1951 e 1952, volta a Taperoá, para curar-se de uma doença pulmonar. Lá escreveu e montou "Torturas de um coração". Em seguida, retorna a Recife, onde, até 1956, dedica-se à advocacia e ao teatro.
Em 1955, "Auto da Compadecida" o projetou em todo o país. Em 1962, o crítico teatral Sábato Magaldi diria que a peça é "o texto mais popular do moderno teatro brasileiro". Sua obra mais conhecida, já foi montada exaustivamente por grupos de todo o país, além de ter sido adaptada para a TV e para o cinema.

Em 1956, afasta-se da advocacia e se torna professor de Estética da Universidade Federal de Pernambuco, onde se aposentaria em 1994. Em 1976, defende sua tese de livre-docência, intitulada "A Onça castanha e a Ilha Brasil: uma reflexão sobre a cultura brasileira".

Movimento Armorial
Ariano foi o idealizador do Movimento Armorial, que tem como objetivo criar uma arte erudita a partir de elementos da cultura popular do Nordeste Brasileiro. Tal movimento procura orientar para esse fim todas as formas de expressões artísticas: música, dança, literatura, artes plásticas, teatro, cinema, arquitetura, entre outras expressões.

Obras de Ariano Suassuna já foram traduzidas para inglês, francês, espanhol, alemão, holandês, italiano e polonês.

Imortal
Desde 1990, Ariano ocupa a cadeira número 32 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é Manuel José de Araújo Porto Alegre, o Barão de Santo Ângelo, (1806-1879).

Em 1993, foi eleito para a Cadeira 18 da Academia Pernambucana de Letras, cujo patrono é o escritor Afonso Olindense.

Algumas de suas obras:

Teatro
Uma mulher vestida de Sol (1947);
Cantam as harpas de Sião ou O desertor de Princesa (1948);
Os homens de barro (1949);
Auto de João da Cruz (1950);
Torturas de um coração (1951);
O arco desolado (1952);
O castigo da soberba (1953);
Auto da Compadecida (1955);
O casamento suspeitoso (1957);
O Santo e a Porca (1957);
O homem da vaca e o poder da fortuna (1958);
A pena e a lei (1959);
Farsa da boa preguiça (1960);
A caseira e a Catarina (1962);
As conchambranças de Quaderna (1987);

Prosa de Ficção
A História do Amor de Fernando e Isaura (1956);
O Sedutor do Sertão (1962);
Romance d'A Pedra do Reino e O Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971);
Histórias d'O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão: ao Sol da Onça Caetana (1976)