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sábado, outubro 07, 2006

Professor da UFMG recebe prêmio internacional

Agência FAPESP (28/09/2006) - A Sociedade Norte-Americana de Especialistas em Retina (ASRS) concedeu ao professor Márcio Bittar Nehemy, da Faculdade de Medicina e do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, o Senior Honor Award.

O prêmio internacional reconhece a relevância e o volume do trabalho de pesquisadores para a difusão do conhecimento científico da especialidade em todo o mundo. Nos últimos cinco anos a equipe da UFMG liderada por Nehemy apresentou 21 trabalhos em encontros da ASRS.

A premiação ocorreu durante congresso realizado em Cannes, na França, de 9 a 13 de setembro. Nehemy apresentou três trabalhos no congresso. Num deles discutiu técnica inédita para tratamento de descolamento de retina de alta complexidade na mesma cirurgia em que também se faz o tratamento da catarata com o implante de lente intra-ocular.

Uma das principais causas de perda da visão em todo o mundo, o descolamento de retina grave acomete cerca de 1% dos pacientes submetidos a cirurgia de catarata, além de vítimas de acidentes com trauma ocular e pessoas com doenças como o diabetes.

As pesquisas realizadas pelo grupo da UFMG destacaram a eficiência dos implantes no tratamento do problema. “Em 92% dos 63 casos estudados os pacientes recuperaram a visão graças à lente implantada”, disse Nehemy, em comunicado da universidade.

O segundo trabalho da equipe apresentado na França descreveu uma técnica para retirada completa de óleo de silicone, usado em outro tratamento de descolamento de retina grave. O terceiro trabalho propôs novos tratamentos para pacientes com pressão baixa nos olhos, a partir de estudos de ultra-som.

sexta-feira, outubro 06, 2006

Cidade de Deus: o filme brasileiro mais premiado?

"Cidade de Deus" recebeu 4 indicações ao Oscar (Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Montagem e Melhor Fotografia), ganhou 48 prêmios (entre eles: BAFTA de Melhor Edição, 9 prêmios no Festival de Havana, 6 prêmios no Grande Prêmio Cinema Brasil) e mais 21 indicações (entre eles: Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro, Independent Spirit Awards de Melhor Filme Estrangeiro).

Cinco anos depois de sua publicação, um dos romances brasileiros mais importantes da década de 90 chega aos cinemas para contar, num painel ágil e visceral, como o crime organizado se instalou nas favelas do Rio.
Lançado em 1997, Cidade de Deus, de Paulo Lins, foi levado às telas por Fernando Meirelles (Menino Maluquinho 2 e Domésticas, o Filme). Mas Fernando define Cidade de Deus como um "filme de turma" - uma obra que não teria sido a mesma sem a contribuição de toda a equipe, principalmente da co-diretora Katia Lund; do roteirista Bráulio Mantovani; do diretor de fotografia César Charlone; do montador Daniel Rezende e do diretor de arte Tulé Peake. Sem mencionar o elenco, formado por centenas de jovens atores, quase todos em seus primeiros papéis no cinema. A pré-estréia mundial aconteceu em maio de 2002, no Festival de Cannes, onde o filme foi considerado a grande descoberta do evento: "É uma sensação maravilhosa entrar numa sala de projeção para assistir a um filme de que pouco se sabe e perceber que se está diante de uma obra-prima", escreveu Andrew Pulver, do jornal inglês The Guardian.

SINOPSE: O principal personagem do filme Cidade de Deus não é uma pessoa. O verdadeiro protagonista é o lugar. Cidade de Deus é uma favela que surgiu nos anos 60, e se tornou um dos lugares mais perigosos do Rio de Janeiro, no começo dos anos 80.
Para contar a estória deste lugar, o filme narra a vida de diversos personagens, todos vistos sob o ponto de vista do narrador, Buscapé.
Este, um menino pobre, negro, muito sensível e bastante amedrontado com a idéia de se tornar um bandido; mas também, inteligente suficientemente para se resignar com trabalhos quase escravos.
Buscapé cresceu num ambiente bastante violento. Apesar de sentir que todas as chances estavam contra ele, descobre que pode ver a vida com outros olhos: os de um artista. Acidentalmente, torna-se fotógrafo profissional, o que foi sua libertação.
Buscapé não é o verdadeiro protagonista do filme: não é o único que faz a estória acontecer; não é o único que determina os fatos principais. No entanto, não somente sua vida está ligada com os acontecimentos da estória, mas também, é através da sua perspectiva que entendemos a humanidade existente, em um mundo aparentemente condenado por uma violência infinita.

Mais informações: http://cidadededeus.globo.com/ e http://www.imdb.com/title/tt0317248/

"Central do Brasil": um dos filmes brasileiros mais premiados

Walter Salles, em 1996–1998, realizou o longa-metragem "Central do Brasil", cujo roteiro ganhou o Prêmio "Cinema 100", outorgado pelo Sundance Institute e pela rede de televisão cultural japonesa NHK. O filme ganhou o Urso de Ouro (Melhor Filme), o Urso de Prata (Melhor Atriz: Fernanda Montenegro) e o Prêmio de Melhor Filme (Júri Ecumênico) no Festival de Berlim. "Central do Brasil" acumulou 2 indicações ao Oscar (Melhor Atriz (Fernanda Montenegro) e Melhor Filme Estrangeiro), 29 prêmios (entre eles: Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro) e mais 9 indicações (entre eles: Globo de Ouro de Melhor Atriz em Drama (Fernanda Montenegro), Melhor Filme Estrangeiro no César, Melhor Filme Estrangeiro no Independent Spirit Awards).

Sinopse: Dora (Fernanda Montenegro) escreve cartas para analfabetos na Central do Brasil. Nos relatos que ela ouve e transcreve, surge um Brasil desconhecido e fascinante, um verdadeiro panorama da população migrante, que tenta manter os laços com os parentes e o passado.

Uma das clientes de Dora é Ana, que vem escrever uma carta com seu filho, Josué (Vinícius de Oliveira), um garoto de nove anos, que sonha encontrar o pai que nunca conheceu. Na saída da estação, Ana é atropelada e Josué fica abandonado. Mesmo a contragosto, Dora acaba acolhendo o menino e envolvendo-se com ele. Termina por levar Josué para o interior do nordeste, à procura do pai.

À medida que vão entrando país adentro, estes dois personagens, tão diferentes, vão se aproximando... Começa então uma viagem fascinante ao coração do Brasil, à procura do pai desaparecido, e uma viagem profundamente emotiva ao coração de cada um dos personagens do filme.

Mais informações: http://www.centraldobrasil.com.br/ e http://www.imdb.com/title/tt0140888/

Filme de Cacá Diegues ganha prêmio no Festival de Cinema do Mundo de Montreal 2006

Cacá Diegues é um dos poucos diretores brasileiros que seguem ativos na produção cinematográfica há mais de 40 anos. Seu primeiro filme, Ganga Zumba, é de 1964. O Maior Amor do Mundo é seu 16º longa-metragem e marca não somente mais de quatro décadas de carreira, mas a volta de parcerias antigas, que marcaram o cinema do diretor, como José Wilker, que faz parte do elenco de um filme do cineasta alagoano pela quarta vez.

Aqui, Wilker interpreta Antonio, astrofísico brasileiro que fez a carreira nos EUA e volta à sua terra natal para ser condecorado pelo governo. Mas esse não é o único motivo da viagem: com um tumor no cérebro, ele tem pouco tempo de vida. Ele decide, então, fazer as pazes com a infância nebulosa ao procurar o paradeiro de sua mãe biológica. Adotado desde bebê, foi criado por seus pais adotivos (Marco Ricca e Deborah Evelyn na fase jovem). Na medida em que acompanhamos essa jornada de Antonio pela periferia carioca em busca da mãe, conhecemos fatos sobre a conturbada infância do rapaz, atormentada pela figura austera e fria do pai.

Os personagens O Maior Amor do Mundo são duros e frios. A chegada de Antonio na favela significa, para o personagem, uma nova janela para o mundo. Lá, ele encontra personagens quentes, totalmente diferentes dos que conheceu no passado, como o menino Mosca (Sergio Malheiros), a vidente Zezé (Lea Garcia) e Luciana (Taís Araújo), seu interesse romântico. Essa sensação que o protagonista o aproxima do maior amor do mundo do título, o da mãe que nunca conheceu.

A ótima atuação de José Wilker ajuda bastante para que O Maior Amor do Mundo mostre-se marcante junto ao espectador. O fato dele viver um homem à beira da morte, numa jornada de descoberta de sentimentos, aproxima a produção com o maravilhoso Morte em Veneza (1971), guardadas as devidas proporções. As cenas nas quais Antonio caminha pelo lixão, cambaleante por causa da doença, me lembraram o compositor Gustave Aschenbach do filme de Luchino Visconti, caminhando por uma Veneza envolta pela peste.

O Maior Amor do Mundo é um filme corajoso, no mínimo. Apesar de ter apelo popular por trazer astros conhecidos pela TV, a produção não tem medo das cenas de nudez, muito menos ameniza a propagação das drogas em meio à favela. Realista ao extremo, o filme de Diegues trabalha não somente com as emoções dos personagens, mas também do espectador. Tocante de uma maneira que chega a ser piegas em alguns momentos, o filme não consegue fugir de alguns clichês. No entanto, existe uma sinceridade nas intenções, a qual o espectador consegue sentir, e esse é um de seus maiores méritos.

Em tempo: O Maior Amor do Mundo ganhou o principal prêmio no Festival de Cinema do Mundo de Montreal, no Canadá.

Fonte: Yahoo Brasil Cinema