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terça-feira, maio 27, 2008

Sabonete contra dengue

Agência FAPESP - 08/05/2008 Por Thiago Romero

Está concluída a formulação de um sabonete repelente, desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Ciências Químicas da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), que poderá se tornar uma importante arma para o combate ao mosquito da dengue (Aedes aegypti), que também transmite a febre amarela.

O produto, cujo efeito dura até seis horas sobre a pele humana, foi criado a partir de uma mistura de glicerina, obtida em óleo de cozinha reciclado, com essências naturais de plantas como o cravo-da-índia, citronela e capim-limão. A fórmula conta ainda com outras substâncias químicas, que ajudam a aumentar o tempo de ação do produto.

“Apesar de ter uma ação comprovada contra o Aedes aegypti, que foi o foco dos estudos, o sabonete conta com grande possibilidade de ter ação repelente contra outros vetores. O objetivo agora é ampliar os testes de sua eficácia contra insetos que transmitem outras doenças humanas e animais”, disse Edmílson José Maria, coordenador da pesquisa e chefe do Setor de Síntese Orgânica do Laboratório de Ciências Químicas da Uenf, onde o sabonete foi formulado, à Agência FAPESP.

O processo de obtenção de patente do produto junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) teve início, assim como o pedido de aprovação da formulação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

De acordo com José Maria, a eficácia do sabonete foi comprovada em testes com cobaias e humanos. “Para verificar sua atividade repelente e seu tempo de ação, primeiramente aplicamos o sabonete em camundongos, que ficaram em contato com mosquitos Aedes aegypti. Esses insetos são criados em cativeiro no laboratório a partir de uma linhagem que não tem o vírus da dengue, fazendo com que as gerações posteriores do mosquito também não desenvolvam a virulência”, explicou.

Nos testes em humanos, o produto foi aplicado na mão e no antebraço de voluntários da universidade. “Em seguida, inserimos os braços dos voluntários, sucessivamente em um período de seis horas, em gaiolas cheias de mosquitos para verificar se haveria algum tipo de contato dos insetos com a pele, o que não ocorreu”, afirmou.

“Fizemos ainda uma contraprova, em que a mesma base do sabonete sem as substâncias repelentes foi aplicada. Seguimos a mesma metodologia e identificamos um alto número de pousos dos mosquitos na pele dos voluntários”, completou.

População vulnerável
José Maria explica que a criação de um repelente em forma de sabão surgiu da idéia de disponibilizar um produto economicamente acessível à população carente das grandes cidades que não têm acesso a ferramentas mais sofisticadas de combate à dengue.

“Como o acesso da população aos repelentes convencionais é restrito, devido ao seu custo elevado, nosso projeto vem ao encontro dessa questão social. O sabonete ainda não tem preço definido, mas certamente terá baixo custo”, disse.

O foco na população carente se justifica, segundo o professor, pelo fato de ela estar mais exposta à transmissão da doença nas grandes cidades. “Essa população normalmente vive em áreas nas quais os alagamentos são mais constantes e o saneamento básico é mais precário, além de muitas vezes não ter condições de comprar repelentes elétricos ou de instalar telas de proteção nas janelas”, apontou.

“O período de seis horas de atuação do sabonete é o tempo médio em que uma criança, por exemplo, sai de casa usando o produto, vai até a escola e retorna à sua residência”, disse. A intenção, em um primeiro momento, segundo o pesquisador, é disponibilizar o produto a órgãos públicos ligados à saúde do Rio de Janeiro.

Para isso, a equipe da Uenf está atualmente trabalhando, com financiamento da própria universidade, na produção de um lote de mil unidades do sabonete para enviá-lo aos poderes público municipal e estadual, que deverá repassar o produto à sociedade.

“A previsão é que até o fim deste mês estejamos com esse lote pronto. Também estamos em busca de parcerias com a iniciativa privada para a fabricação em larga escala e comercialização do produto”, sinalizou.
Campos dos Goytacazes, que abriga o campus da Uenf, é a terceira cidade do Estado do Rio de Janeiro em número de casos de dengue registrados em 2008, ficando atrás apenas da capital fluminense e de Nova Iguaçu. “De janeiro a abril deste ano, houve aproximadamente 6 mil casos da doença em Campos dos Goytacazes, com 16 óbitos registrados”, disse José Maria.

segunda-feira, maio 26, 2008

Mundo se rende ao talento de Guga



GloboEsporte.com - 25/05/08 - 17h25, por André Amaral

Jornalistas e veículos internacionais lembram despedida e importância do ídolo brasileiro, tricampeão de Roland Garros, no cenário do tênis mundial

Em Paris, muitos jornais e revistas especializadas em tênis amanheceram neste domingo com o tenista brasileiro Gustavo Kuerten na capa. Os veículos sabiam que o dia 25 de maio podia marcar a despedida de um ídolo do esporte. Isso porque, na quadra central de Roland Garros, onde se consagrou mundialmente ao tornar-se tricampeão, Guga enfrentaria francês Paul-Henri Mathieu, número 19 do ranking.

E assim aconteceu. Em grande estilo, com direito a belas homenagens, o brasileiro deu adeus ao tênis e ao seu palco predileto, a França.

Algumas declarações de jornalistas especializados:


'O último samba em Paris'
Chris Clarey, do New York Times, Estados Unidos.

"Cheguei a pensar que o jogo de hoje pudesse ser meio embaraçoso, que ele não fosse jogar bem. Mas eu, como fã de tênis, fiquei muito feliz por ter visto de novo alguns grandes backhands dele. Não é normal esse tipo de fim de carreira simbólico no tênis, mas ele é um grande jogador e merece."

Stefano Semerano, do La Stampa, da Itália.

"O mundo do tenis vai sentir saudades dele. Ele trouxe um aspecto humano e diferente para o jogo. Impossivel nao gostar do jogo dele e da grande pessoa que ele é."
L'Équipe, da França, estampa como manchete principal a despedida de Guga do tênis e de Roland Garros

Brasileira Sandra Corveloni leva prêmio de melhor atriz em Cannes

Terra - Domingo, 25 de maio de 2008, 14h52 Atualizada às 17h30, por Orlando Margarido

A atriz brasileira Sandra Corveloni, a mãe de Linha de Passe, o filme de Walter Salles e Daniela Thomas, foi escolhida como melhor atriz no Festival de Cannes.

Ela não compareceu à premiação, segundo Daniela, por ter perdido um filho na recente gravidez. A diretora recebeu o prêmio por ela e agradeceu o júri. O prêmio foi entregue pelo ator francês Jean Reno.

Linha de Passe trata da vida de quatro irmãos abandonados pelo pai ainda no primeiro tempo de suas vidas. A história se desenrola na capital paulista, em uma família chefiada por Cleuza (Sandra Corveloni), uma empregada doméstica que cria os quatro filhos e espera um quinto de mais um pai desconhecido.


Reginaldo (Kaique de Jesus Santos), o único negro entre os filhos, tenta obstinadamente encontrar o pai. Dario (Vinicius de Oliveira) insiste, já aos 18 anos, em se tornar jogador de futebol. Dinho (José Geraldo Rodrigues) busca refúgio na religião e o mais velho, Dênis (João Baldasserini), se esforça para manter o filho, fruto de uma gravidez indesejada. O único pretenso boleiro entre os irmãos é o interpretado por Vinicius de Oliveira, que se tornou famoso pelo papel do garoto Josué em Central do Brasil.