Orgulho Nacional Brasil

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quinta-feira, abril 30, 2009

Veneno que cola: Enzima substitui sutura tradicional sem deixar cicatrizes

Pesquisa FAPESP - Edição Impressa 158 - Abril 2009

Do veneno de serpentes como a jararaca e a cascavel, composto por uma complexa mistura de enzimas, toxinas e aminoácidos com diversas atividades biológicas, pesquisadores brasileiros obtiveram um adesivo cirúrgico testado com sucesso em aplicações como colagem de pele, de nervos, gengivas e na cicatrização de úlceras venosas, entre outras. A cola é baseada no mesmo princípio natural da coagulação do sangue. “Após um corte na pele o sangramento é estancado porque o fibrinogênio, uma proteína que participa da coagulação do sangue, é quebrado em moléculas de fibrina, a principal componente dos coágulos sanguíneos, formando uma rede adesiva”, explica o professor Benedito Barraviera, do Departamento de Doenças Tropicais da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu e diretor do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (Cevap), vinculado à universidade.


O adesivo cirúrgico desenvolvido no Cevap contém tanto fibrinogênio extraído do sangue de búfalos que apresentou melhor resultado em comparação com o de outros animais estudados, como a enzima trombina-símile isolada do veneno da cascavel, que tem atividade coagulante. No mercado existem produtos comerciais que mimetizam a coagulação do sangue humano, mas são compostos de fibrinogênio humano e trombina bovina. “Esses produtos são eficientes, mas como o fibrinogênio é retirado do sangue humano ele pode estar contaminado com diversos vírus, como o da hepatite”, diz Barraviera. “Por conta desses riscos é que a Food and Drug Administration, agência norte-americana que regula fármacos e alimentos, não aprovou até hoje essa cola cirúrgica para uso nos Estados Unidos”, ressalta.

A substituição da trombina bovina pela de cascavel mostrou em testes ser uma escolha altamente eficaz na cicatrização de tecidos. Isso se deve à maneira como as moléculas da giroxina, enzima de onde foi obtida a trombina, se associam com o fibrinogênio animal para formar uma rede polimérica com atividade coagulante. Entre os usos indicados para a cola estão principalmente órgãos sólidos como pele, nervos, fígado e coração. “Em artérias, no entanto, ela deve ser usada com muito cuidado, porque os componentes utilizados podem entupi-las”, ressalta o pesquisador. O preparo do adesivo, que se constitui de poucas gotas da trombina de serpente e do fibrinogênio de búfalos, é feito apenas no momento da aplicação. “Os dois componentes são colocados em uma seringa com abertura dupla e só se misturam no final”, diz Barraviera. Se forem misturados antes, o efeito cola entra em ação imediatamente, inutilizando o produto.

Colagem de nervos - Desde 1989 pesquisadores do Cevap se dedicam ao estudo de um novo selante de fibrina a partir de veneno de serpentes do gênero Bothrops, do qual fazem parte as jararacas, e Crotalus, como a cascavel. O primeiro a se debruçar sobre o desenvolvimento de um adesivo que não transmitisse doenças infecciosas foi o professor Fausto Viterbo, que trabalhava em uma linha de pesquisa sobre colagem de nervos. Atualmente o projeto envolve vários parceiros da própria Unesp e de instituições como a Faculdade de Ciências Farmacêuticas e de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo e o Instituto de Genética e Bioquímica da Universidade Federal de Uberlândia. Testes realizados mostram que a aplicação da cola derivada do veneno de serpentes, que já teve um pedido de depósito de patente efetuado, resulta em uma cicatrização perfeita, esteticamente melhor do que a sutura convencional.

“Em casos de enxerto de pele após a retirada de câncer, não ficou nenhum resquício de cicatriz”, relata Barraviera. Ele se refere a uma pesquisa realizada com 25 pacientes pelo professor Hamilton Ometo Stolf, do Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina de Botucatu da Unesp, que estudou a retirada de tumores de pele localizados no nariz com posterior enxerto para a sua tese de doutorado defendida em 1999. No local foi colocado um pedaço de pele retirado do sulco nasolabial (região entre a porção inferior do nariz e parte superior da boca). Em outro estudo, conduzido pela enfermeira Márcia Gatti como parte de sua tese de doutorado apresentada neste ano no Programa de Doenças Tropicais da Faculdade de Medicina de Botucatu, com orientação da professora Silvia Regina Sartori Barraviera, foram avaliados 22 pacientes com úlceras venosas, originadas em disfunções do sistema circulatório nos membros inferiores. Metade deles seguiu o tratamento convencional, que consiste de uma bandagem impregnada com óxido de zinco, chamada de bota de Unna, colocada na perna como proteção. A outra metade recebeu primeiro a aplicação da cola de fibrina derivada do veneno de serpente nas feridas e posteriormente a mesma bandagem de proteção. “Os pacientes que usaram a cola e a bota tiveram uma cicatrização muito mais rápida”, disse Barraviera.

Os excelentes resultados obtidos nesses casos e em cirurgias de gengiva levaram outros grupos de pesquisa a se interessar pelo novo adesivo cirúrgico para aplicações ainda não testadas, como o uso em células-tronco e em neurocirurgia. Mas para que esses grupos possam ser atendidos é preciso primeiro montar um laboratório semi-industrial com capacidade para produzir uma quantidade maior de fibrinogênio e trombina de serpente para pesquisas. A sintetização em grande quantidade da molécula derivada do veneno, suficiente para o emprego comercial, necessita de estudos complementares da sua estrutura molecular. Essa é uma das etapas a que os pesquisadores têm se dedicado enquanto estudam vários venenos de diferentes serpentes com o objetivo de encontrar outras enzimas que apresentem melhor rendimento do que os já obtidos até agora. “Pode ser que algum veneno tenha mais porcentagem de trombina-símile do que as estudadas e testadas até agora”, diz o pesquisador. Ele lembra que, além de funcionar como solda biológica, a fração não pode ser tóxica. Os planos são cumprir todas as etapas até chegar à fabricação e comercialização do adesivo cirúrgico brasileiro com apoio de uma fundação, nos moldes, por exemplo, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

> Artigos científicos

1. THOMAZINI-SANTOS, I.A. et al. Surgical adhesives. Journal of Venomous Animals and Toxins. v. 7, n. 2, p.159-171, 2001.
2. BARBOSA, M.D. et al. Fibrin adhesive derived from snake venom in periodontal surgery. Journal of Periodontology. v. 78, n. 10, p. 2.026-2.031, out. 2007.


O Projeto
Isolamento de serino-proteases coagulantes dos venenos de Bothrops neuwiedi pauloensis e Crotalus durissus terrificus: caracterização funcional e estrutural

Modalidade
Auxílio Regular a Projeto de Pesquisa

Coordenador
Benedito Barraviera – Unesp

terça-feira, janeiro 13, 2009

Marta iguala Prinz e leva tri em premiação da Fifa

TERRA: Segunda, 12 de janeiro de 2009

A atacante brasileira Marta confirmou na tarde desta segunda-feira o domínio dos últimos três anos e faturou mais uma vez o prêmio da Fifa de melhor jogadora do mundo. Em cerimônia realizada na sede da entidade, em Zurique, a nova camisa dez do Los Angeles Sol, dos Estados Unidos, superou as concorrentes e repetiu os feitos conquistados em 2006 e 2007, igualando a marca da alemã Birgit Prinz.

Para levar o terceiro prêmio, Marta superou outras quatro rivais. Além de Prinz, que venceu as edições de 2003, 2004 e 2005, a brasileira concorreu com a compatriota Cristiane, a goleira alemã Nadine Angerer e a inglesa Kelly Smith.

Na eleição, a camisa dez brasileira não deu chances às rivais e venceu com um placar esmagador, recebendo 1.002 votos na premiação, muito à frente de Prinz, que ficou com o segundo lugar ao obter 328 pontos. A compatriota Cristiane terminou com a terceira colocação, com 275 pontos, superando Angerer, que teve 198, e Smith, que foi lembrada por 150 integrantes.

O reconhecimento da entidade máxima do futebol chega no momento em que Marta decide trocar o futebol sueco pela nova liga norte-americana. Apesar de brilhar nos gramados em 2008, a brasileira fechou a temporada com apenas um título, o Nacional conquistado com o Umea.

Nas outras competições que disputou no ano, a camisa dez ganhou destaque nos Jogos Olímpicos de Pequim, mas viu a Seleção Brasileira cair na final diante dos Estados Unidos, garantindo a prata. Já na Copa da Uefa, a brasileira terminou na mesma colocação defendendo as cores do Umea, derrotada na decisão contra o Frankfurt.

Ao ser anunciada no palco da cerimônia, a alagoana, 22 anos, recebeu a terceira estatueta da carreira das mãos do craque alemão Franz Beckembauer. Emocionada, a atacante lembrou das outras edições da premiação e fez seus agradecimentos à família e às suas companheiras de Seleção e do Umea. 

terça-feira, maio 27, 2008

Sabonete contra dengue

Agência FAPESP - 08/05/2008 Por Thiago Romero

Está concluída a formulação de um sabonete repelente, desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Ciências Químicas da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), que poderá se tornar uma importante arma para o combate ao mosquito da dengue (Aedes aegypti), que também transmite a febre amarela.

O produto, cujo efeito dura até seis horas sobre a pele humana, foi criado a partir de uma mistura de glicerina, obtida em óleo de cozinha reciclado, com essências naturais de plantas como o cravo-da-índia, citronela e capim-limão. A fórmula conta ainda com outras substâncias químicas, que ajudam a aumentar o tempo de ação do produto.

“Apesar de ter uma ação comprovada contra o Aedes aegypti, que foi o foco dos estudos, o sabonete conta com grande possibilidade de ter ação repelente contra outros vetores. O objetivo agora é ampliar os testes de sua eficácia contra insetos que transmitem outras doenças humanas e animais”, disse Edmílson José Maria, coordenador da pesquisa e chefe do Setor de Síntese Orgânica do Laboratório de Ciências Químicas da Uenf, onde o sabonete foi formulado, à Agência FAPESP.

O processo de obtenção de patente do produto junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) teve início, assim como o pedido de aprovação da formulação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

De acordo com José Maria, a eficácia do sabonete foi comprovada em testes com cobaias e humanos. “Para verificar sua atividade repelente e seu tempo de ação, primeiramente aplicamos o sabonete em camundongos, que ficaram em contato com mosquitos Aedes aegypti. Esses insetos são criados em cativeiro no laboratório a partir de uma linhagem que não tem o vírus da dengue, fazendo com que as gerações posteriores do mosquito também não desenvolvam a virulência”, explicou.

Nos testes em humanos, o produto foi aplicado na mão e no antebraço de voluntários da universidade. “Em seguida, inserimos os braços dos voluntários, sucessivamente em um período de seis horas, em gaiolas cheias de mosquitos para verificar se haveria algum tipo de contato dos insetos com a pele, o que não ocorreu”, afirmou.

“Fizemos ainda uma contraprova, em que a mesma base do sabonete sem as substâncias repelentes foi aplicada. Seguimos a mesma metodologia e identificamos um alto número de pousos dos mosquitos na pele dos voluntários”, completou.

População vulnerável
José Maria explica que a criação de um repelente em forma de sabão surgiu da idéia de disponibilizar um produto economicamente acessível à população carente das grandes cidades que não têm acesso a ferramentas mais sofisticadas de combate à dengue.

“Como o acesso da população aos repelentes convencionais é restrito, devido ao seu custo elevado, nosso projeto vem ao encontro dessa questão social. O sabonete ainda não tem preço definido, mas certamente terá baixo custo”, disse.

O foco na população carente se justifica, segundo o professor, pelo fato de ela estar mais exposta à transmissão da doença nas grandes cidades. “Essa população normalmente vive em áreas nas quais os alagamentos são mais constantes e o saneamento básico é mais precário, além de muitas vezes não ter condições de comprar repelentes elétricos ou de instalar telas de proteção nas janelas”, apontou.

“O período de seis horas de atuação do sabonete é o tempo médio em que uma criança, por exemplo, sai de casa usando o produto, vai até a escola e retorna à sua residência”, disse. A intenção, em um primeiro momento, segundo o pesquisador, é disponibilizar o produto a órgãos públicos ligados à saúde do Rio de Janeiro.

Para isso, a equipe da Uenf está atualmente trabalhando, com financiamento da própria universidade, na produção de um lote de mil unidades do sabonete para enviá-lo aos poderes público municipal e estadual, que deverá repassar o produto à sociedade.

“A previsão é que até o fim deste mês estejamos com esse lote pronto. Também estamos em busca de parcerias com a iniciativa privada para a fabricação em larga escala e comercialização do produto”, sinalizou.
Campos dos Goytacazes, que abriga o campus da Uenf, é a terceira cidade do Estado do Rio de Janeiro em número de casos de dengue registrados em 2008, ficando atrás apenas da capital fluminense e de Nova Iguaçu. “De janeiro a abril deste ano, houve aproximadamente 6 mil casos da doença em Campos dos Goytacazes, com 16 óbitos registrados”, disse José Maria.

segunda-feira, maio 26, 2008

Mundo se rende ao talento de Guga



GloboEsporte.com - 25/05/08 - 17h25, por André Amaral

Jornalistas e veículos internacionais lembram despedida e importância do ídolo brasileiro, tricampeão de Roland Garros, no cenário do tênis mundial

Em Paris, muitos jornais e revistas especializadas em tênis amanheceram neste domingo com o tenista brasileiro Gustavo Kuerten na capa. Os veículos sabiam que o dia 25 de maio podia marcar a despedida de um ídolo do esporte. Isso porque, na quadra central de Roland Garros, onde se consagrou mundialmente ao tornar-se tricampeão, Guga enfrentaria francês Paul-Henri Mathieu, número 19 do ranking.

E assim aconteceu. Em grande estilo, com direito a belas homenagens, o brasileiro deu adeus ao tênis e ao seu palco predileto, a França.

Algumas declarações de jornalistas especializados:


'O último samba em Paris'
Chris Clarey, do New York Times, Estados Unidos.

"Cheguei a pensar que o jogo de hoje pudesse ser meio embaraçoso, que ele não fosse jogar bem. Mas eu, como fã de tênis, fiquei muito feliz por ter visto de novo alguns grandes backhands dele. Não é normal esse tipo de fim de carreira simbólico no tênis, mas ele é um grande jogador e merece."

Stefano Semerano, do La Stampa, da Itália.

"O mundo do tenis vai sentir saudades dele. Ele trouxe um aspecto humano e diferente para o jogo. Impossivel nao gostar do jogo dele e da grande pessoa que ele é."
L'Équipe, da França, estampa como manchete principal a despedida de Guga do tênis e de Roland Garros

Brasileira Sandra Corveloni leva prêmio de melhor atriz em Cannes

Terra - Domingo, 25 de maio de 2008, 14h52 Atualizada às 17h30, por Orlando Margarido

A atriz brasileira Sandra Corveloni, a mãe de Linha de Passe, o filme de Walter Salles e Daniela Thomas, foi escolhida como melhor atriz no Festival de Cannes.

Ela não compareceu à premiação, segundo Daniela, por ter perdido um filho na recente gravidez. A diretora recebeu o prêmio por ela e agradeceu o júri. O prêmio foi entregue pelo ator francês Jean Reno.

Linha de Passe trata da vida de quatro irmãos abandonados pelo pai ainda no primeiro tempo de suas vidas. A história se desenrola na capital paulista, em uma família chefiada por Cleuza (Sandra Corveloni), uma empregada doméstica que cria os quatro filhos e espera um quinto de mais um pai desconhecido.


Reginaldo (Kaique de Jesus Santos), o único negro entre os filhos, tenta obstinadamente encontrar o pai. Dario (Vinicius de Oliveira) insiste, já aos 18 anos, em se tornar jogador de futebol. Dinho (José Geraldo Rodrigues) busca refúgio na religião e o mais velho, Dênis (João Baldasserini), se esforça para manter o filho, fruto de uma gravidez indesejada. O único pretenso boleiro entre os irmãos é o interpretado por Vinicius de Oliveira, que se tornou famoso pelo papel do garoto Josué em Central do Brasil.

terça-feira, fevereiro 19, 2008

'Tropa de Elite' ganha Urso de Ouro no Festival de Berlim

Terra (Sábado, 16 de fevereiro de 2008, 17h01 ) - O filme brasileiro Tropa de Elite, de José Padilha, ganhou neste sábado o Urso de Ouro do Festival de Cinema de Berlim. O diretor recebeu o prêmio máximo do evento das mãos do presidente do júri, o diretor franco-grego Constantin Costa-Gavras.

"É difícil expressar sentimentos em qualquer língua. Costa-Gavras é um herói para todos na América Latina, por todos os filmes que fez", disse o diretor brasileiro. Tropa de Elite concorria ao Urso de Ouro na mostra competitiva ao lado de filmes como Lake Tahoe, do mexicano Fernando Eimbcke, o alemão Kirschblüten Hanami, de Doris Dörrie, e o chinês Man Jeuk, de Johnnie To.

No último final de semana, o filme foi anunciado nos jornais internacionais como um novo Cidade de Deus. José Padilha chegou a ser citado pela Screen Magazine como o 'dono de um fenômeno cinematográfico'.
Apesar disso, Tropa de Elite dividiu a crítica no festival, sendo apontado como uma obra "fascista" por alguns e outros afirmando tratar-se de um filme "inteligente".

Polêmica semelhante ocorreu no Brasil antes mesmo da estréia, já que uma cópia do longa vazou para o mercado pirata, onde se estima que tenha sido vendido um milhão de cópias. O roteiro de Tropa de Elite foi escrito pelo diretor José Padilha e por Bráulio Mantovani, do filme Cidade de Deus. O texto é uma ficção ambientada em 1997, quando se preparava uma nova visita do Papa João Paulo 2º ao Brasil. O protagonista é o capitão Nascimento, interpretado pelo ator Wagner Moura, um policial que acredita no seu trabalho e tem a chance de uma promoção. Para comandar uma operação de "limpeza" de criminosos, Nascimento passa a chefiar a tropa que sobe o morro e fica cara a cara com os traficantes.

Antes de Tropa de Elite, o filme brasileiro Central do Brasil também havia levado o Urso de Ouro e o Urso de Prata de Melhor Atriz para Fernanda Montenegro, em 1998.

terça-feira, dezembro 18, 2007

Unicamp atinge marca de 500 patentes depositadas

Jornal da UNICAMP, Edição 384, 17 a 31 de dezembro de 2007, por Raquel do Carmo Santos - A Unicamp acaba de atingir a marca de 500 patentes vigentes depositadas no Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI). Trata-se de um recorde nacional: a Universidade lidera o ranking de instituições de pesquisa e de ensino superior com maior número de pedidos de patentes no país. É significativo, da mesma forma, o volume de licenciamentos. Nos últimos três anos, por exemplo, foram firmados pelo menos 30 contratos de transferência de patentes e mais de 250 convênios de pesquisa colaborativa com o meio empresarial.

Universidade lidera ranking nacional
A patente de número 500 refere-se a um produto com alto benefício social. Os pesquisadores Mário Saad e Maria Helena Melo Lima, da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), desenvolveram uma pomada cicatrizante para diabéticos. O novo medicamento foi criado a partir da insulina, o que barateou seu custo. O produto mostrou-se eficaz na aceleração do processo de cicatrização de ferimentos de portadores da doença.

Além do depósito 500, a Unicamp também concretiza, pela primeira vez, o licenciamento de uma patente associada a uma marca registrada – a empresa Contech Brasil vai fabricar e comercializar os produtos Fentox e Fentox TPH, reagentes químicos desenvolvidos pelo pesquisador Wilson Jardim, do Instituto de Química (IQ). Os produtos são destinados à remediação de áreas contaminadas por derivados de petróleo.

Para o professor Roberto Lotufo, diretor executivo da Agência de Inovação Inova Unicamp, além do depósito da patente 500 e do primeiro licenciamento de marca, a Universidade tem mais a comemorar. “O processo de proteção das criações foi muito aperfeiçoado em 2007. A taxa de licenciamentos, que havia caído em 2006, muito provavelmente devido à mudança de sistemática definida pela Lei de Inovação, retornou aos patamares de 10 licenciamentos anuais, o que é uma taxa comparável às das melhores universidades do mundo, fazendo jus à nova classificação da Unicamp dentro das 200 melhores instituições de ensino superior de acordo com o ranking do Higher Education Supplement, do The Times”.
Além do balanço do ano, Lotufo aponta os principais desafios para 2008. Em sua opinião, uma das prioridades é a criação de estratégias que aumentem a capacidade da Inova na busca de projetos de pesquisa colaborativa de grande envergadura. Está também em seus planos o estímulo à criação de empresas spin-off de tecnologias Unicamp.

Cultura de PI – Mesmo alcançando a marca das 500 patentes depositadas no INPI, avalia Lotufo, a difusão da cultura de proteção do conhecimento científico ainda é insipiente tanto na Universidade como na indústria. Neste sentido, o trabalho da Agência de Inovação ganha relevância por pontuar a importância da propriedade intelectual (PI) não somente por seu viés comercial, no aspecto da invenção para atrair empresas interessadas em tecnologias para torná-las disponíveis à sociedade, mas também como uma eficaz ferramenta de pesquisa científica na Universidade.

“Temos sugerido aos orientadores que recomendem a seus alunos incluir uma busca na base de patentes para complementar a pesquisa bibliográfica do estado da arte nas teses e dissertações”, observa Roberto Lotufo. O diretor da Inova acredita que a difusão da PI na Unicamp contribui para que o tema seja mais bem-estudado, compreendido e praticado nas empresas, que segundo ele, à semelhança de outros países, é o local de seu uso principal.
Para o professor e pesquisador Marcelo Menossi, do Instituto de Biologia (IB), é fundamental que os alunos saiam da Universidade com subsídios suficientes para a difusão da cultura nas empresas. “A indústria precisa de pessoas que saibam inovar e fazer boa ciência e que, sobretudo, entendam as questões envolvidas com a propriedade intelectual”, aponta.

O docente defende a incorporação de uma disciplina na grade curricular para melhor capacitação dos alunos da Unicamp. Desta forma, a Universidade seria um dos veículos de difusão da cultura nas empresas. “Uma vez envolvido com o assunto, o estudante teria um diferencial”. Segundo Menossi, a quantidade de patentes depositada pela indústria brasileira ainda é muito pequena devido, justamente, à falta de mentalidade da proteção de propriedade intelectual, pouco mencionada no meio empresarial brasileiro.

Menossi cita como exemplo uma disciplina sobre biotecnologia molecular ministrada por ele no Instituto de Biologia. De forma genérica, o professor Marcelo Menossi aborda o assunto à exaustão. “Ofereço palestra da Inova, falo sobre banco de patentes e várias outras questões sobre PI. Não é só isso, mas procuro dar uma base aos estudantes e nos relatos, percebo que este é o caminho”, defende Menossi.

Na opinião do docente, o meio acadêmico já constatou que o tema é estratégico. “Estamos passando por transformações muito rápidas e a Unicamp está formando outros centros de inovação. Temos o know-how e em pouco tempo teremos um impacto positivo na indústria com os profissionais que estão saindo da Universidade", acredita.

Convênio com o INPI ajuda a difundir conceito, Especial para o JU, por Patrícia Mariuzzo - O presidente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Jorge Ávila, virá a Campinas no dia 17 de dezembro para a cerimônia de comemoração do depósito da patente 500 da Unicamp. O evento, que será realizado na Sala do Conselho Universitário (Consu), às 16h, marca o resultado de uma parceria de longa data que tem como intuito a difusão da cultura de propriedade intelectual dentro e fora do meio acadêmico.

Seguindo esta linha de atuação, desde 2004, o INPI mantém um convênio com a Unicamp, por meio do qual são oferecidos cursos na área de propriedade intelectual. No mesmo ano, o INPI também iniciou um programa de capacitação de gestores de tecnologia. “Queremos mudar o quadro de baixo uso das ferramentas de PI no país e capacitar as pessoas a usar o sistema”, explica Rita Pinheiro Machado, coordenadora da Academia de Propriedade Intelectual e Desenvolvimento. Segundo ela, dez mil pessoas já foram treinadas em todo Brasil, a maioria em cursos oferecidos nas universidades. “A partir do ano que vem queremos focar também no público da indústria”, disse Rita.
Desde 2007, a oferta destes cursos na Unicamp é organizada pelo Projeto InovaNIT, da Agência de Inovação Inova Unicamp. Na semana passada, entre os dias 10 e 14, ocorreu o Curso Básico de Propriedade Intelectual para Gestores de Tecnologia do INPI, com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Foram oferecidas 100 vagas, prioritariamente para alunos de graduação e pós-graduação, docentes e funcionários da Unicamp. Entretanto, cerca de 200 pessoas se inscreveram. “Isso demonstra o crescente interesse da comunidade acadêmica em entender o que são patentes, marcas, como se dá a gestão e comercialização de tecnologias, conceitos chave no processo de inovação tecnológica”, acredita Patricia Magalhães, coordenadora do InovaNIT.

Segundo Patricia, novos cursos estão sendo planejados para 2008. A programação incluirá o ciclo completo de cursos de propriedade intelectual do INPI: básico, intermediário e avançado. “É a primeira vez na história do convênio do INPI com a Unicamp que ofertaremos o ciclo completo dos cursos em um único ano”, afirmou Patricia.

A coordenadora reforça que os cursos do INPI organizados em 2008 terão por finalidade atender prioritariamente, além da comunidade da Unicamp, demais Instituições Científicas e Tecnológicas (ICT) da região. “Nesse curso de 2007 disponibilizamos 23 vagas para colaboradores de outras ICT. Em 2008 disponibilizaremos ainda mais vagas nos cursos do INPI”, diz Patricia.

Unicamp cria pomada de insulina que acelera cicatrização de diabético

O produto deve chegar ao mercado até o fim de 2008.

Maurício Simionato escreve para a “Folha de SP”: A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) anunciou ontem (17/12) um creme à base de insulina capaz de reduzir o período de cicatrização de feridas em diabéticos, diminuindo o risco de amputações de membros nos pacientes.

Segundo a Universidade, é o primeiro medicamento deste tipo no mundo com registro de patente e que é feito à base de insulina (hormônio responsável pela redução da taxa de glicose no sangue).

O produto deve chegar ao mercado até o final de 2008. Segundo os pesquisadores, é uma alternativa mais barata do que outros medicamentos que ajudam a acelerar a cicatrização em diabéticos.

"Tivemos um grande sucesso com a pesquisa em animais e já iniciamos pesquisas em seres humanos. Temos 15 pacientes estudados, e os resultados são animadores. Nós queremos ampliar estes estudos para cem pacientes", disse o endocrinologista da FCM (Faculdade de Ciência Médicas) Mário Saad, um dos autores da pesquisa.

Segundo Saad, outros medicamentos para acelerar a cicatrização (sem ser à base de insulina) chegam a custar, em média, R$ 90. O novo creme pode chegar ao mercado custando cerca de R$ 10. Ele afirmou que não existe no mercado fórmula semelhante para o paciente diabético.

De acordo com a Unicamp, a diabetes atinge cerca de 10% da população adulta brasileira. Uma das principais dificuldades dos pacientes é a dificuldade de cicatrização de ferimentos por falta da insulina. Nos testes em ratos diabéticos, o creme à base de insulina reduziu em até seis dias o tempo médio de cicatrização.

"Quanto maior o tempo da lesão aberta, maior a chance que o paciente tem de contrair infecção. Com esta pomada, nós estaremos acelerando o processo", disse a professora e enfermeira Maria Helena Melo Lima, uma das autoras.

De acordo com os pesquisadores, atualmente o tratamento de feridas em diabéticos é feito basicamente com técnicas de controle da doença e com a assepsia do local. "Algumas outras drogas podem favorecer a cicatrização, mas não acelerá-la", disse Saad.

Os testes também revelaram que o medicamento não tem absorção pelo organismo e tem ação apenas no local. (Folha de SP, 18/12)

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Fifa consagra brasileiros com dobradinha Kaká e Marta

O futebol brasileiro está novamente no topo do mundo. Nesta segunda-feira, a Fifa elegeu o meia-atacante Kaká, do Milan, como o melhor jogador do mundo na temporada 2007. Entre as mulheres, o prêmio foi conquistado pela meia-atacante Marta, garantindo ao País uma inédita dobradinha.

Kaká confirmou o favoritismo e foi eleito em Zurique, na Suíça. Campeão e artilheiro da Copa dos Campeões e vencedor do Mundial de Clubes, o meia-atacante não deu chance para os rivais na disputa: o português Cristiano Ronaldo, do Manchester United, da Inglaterra, e o argentino Lionel Messi, do Barcelona, da Espanha.

Já Marta, que conduziu o Brasil ao título dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro e do vice-campeonato da Copa do Mundo, na China, superou a compatriota Cristiane, terceira colocada, e a alemã Birgit Prinz, que ficou na segunda posição.

No masculino, além de Kaká, Romário (1994), Ronaldo (1996, 1997 e 2002), Rivaldo (1999) e Ronaldinho (2004 e 2005) já levantaram o troféu de melhor do mundo oferecido anualmente pela Fifa desde 1991.

Entre as mulheres, por sua vez, Marta segue fazendo história. Vencedora do prêmio em 2006 e vice em 2005, ela levou o bi nesta temporada, aos 21 anos, igualando o feito de Ronaldo. Em 1997, também com 21 anos, o craque foi eleito o melhor pela entidade pela segunda vez na carreira.

Além de Kaká e Marta, outros dois brasileiros foram premiados na festa na Casa de Ópera, em Zurique, na Suíça. Pelé foi homenageado com o prêmio presidencial, entregue pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter. Já Buru foi eleito o melhor jogador de futebol de areia em 2007.

Redação Terra

Pesquisadores desenvolvem membrana nacional para dessalinização de água salobra

Um grupo de pesquisadores do Laboratório de Referência em Dessalinização (LABDES) da Universidade Federal de Campina Grande (PB) desenvolveu um tipo de membrana, feita com fibras ocas, para a dessalinização de águas salobras. Essa nova membrana pode substituir as importadas, utilizadas hoje nos laboratórios de dessalinização brasileiros.

O projeto foi desenvolvido em parceria com a Coordenação dos Programas de Pós-graduação de Engenharia (COPPE), da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT).

A pesquisa buscou estudos que favorecessem a situação de emergência para uma autonomia nacional, em termos dos equipamentos necessários, principalmente no caso das membranas para dessalinizadores. “Estudamos os critérios para viabilizar um maior acesso e a redução do custo das soluções técnicas já postas em vigor para o fornecimento de água potável a comunidades inseridas na região do semi-árido brasileiro”, explicou o coordenador do projeto e responsável pelo LABDES, professor Kepler Borges França.

A produção das membranas ocas, para a dessalinização de águas salobras e salinas, encontra-se agora em fase de consolidação para atingir o patamar de escala industrial. Além deste trabalho, o LABDES vem trabalhando também na linha de produção de membranas cerâmicas, de fluidos para perfuração de poço de petróleo para a geração de energia não-convencional, a produção de hidrogênio eletrolítico e o reuso de águas .

Dessalinização
Há tempos já vem sendo diagnosticado o problema de escassez de água no mundo, especialmente em países com grandes regiões semi-áridas como o Brasil. Diante do quadro de baixa oferta de água potável, uma solução viável e segura para se obter água doce é dessalinizar a água salobra. Para isto, existem várias técnicas e processos, como a troca iônica e de eletrodiálise, ou o processo de osmose inversa. Pensando em uma tecnologia que possa ser adaptada às condições locais de cada região, tanto econômicas como sócio-culturais, o processo por osmose inversa tem sido o mais viável e utilizado em diversos países desde o final da década de 60.
“A tecnologia de dessalinização via osmose inversa é um fato consolidado nos países mais avançados. Aqui, adquirimos as membranas de fora do país para atender às necessidades de produção de água dessalinizada para regiões carentes e que não possuem acesso à água de boa qualidade. Por isso o investimento em pesquisa para o desenvolvimento de membranas vem ser de extrema necessidade, visando, principalmente, baratear essa demanda de ordem social e ambiental”, completa o coordenador Kepler França.

Para esta opção, são perfurados poços na região e a água retirada é submetida ao processo de osmose inversa por membrana. Segundo o professor Kepler França, o processo consiste, fundamentalmente, em pressurizar a água salobra, fazendo-a circular por cima da superfície de membranas seletivas, acomodadas em módulos e que praticamente só deixam permear a água pura. “São membranas poliméricas que, sobre o efeito de uma dada pressão aplicada, superior à pressão osmótica da água de alimentação do sistema, realizam a dessalinização”, complementa. Segundo o professor, o sal retido se concentra na corrente que não passa pela membrana, sendo esta recolhida para descarte ou aproveitamento posterior, por exemplo, em tanques de criação de peixes.

Diminuição da mortalidade
Direcionado para atender as demandas emergenciais de municípios do semi-árido brasileiro, o projeto desenvolvido pelos pesquisadores, focou-se na cidade de São João do Cariri, localizada na microrregião do Cariri Ocidental, no semi-árido do Estado da Paraíba.

Segundo dados do projeto, este município possui um baixo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M). De acordo com o Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil (PNUD, 2003), o IDH-M foi de 0,662. Em relação ao Brasil, Serra Branca ocupa a 3.567ª posição. Um dos indicadores responsáveis por este baixo IDH, refere-se à mortalidade de crianças com até 1 ano de idade – por mil nascidos vivos. No ano de 2000, foram 44 crianças falecidas, ou seja, a cada mil crianças que nascem em Serra Branca, 44 morrem antes de completarem um ano.
“Com o projeto alcançamos impactos significativos para o município na área de saúde e para melhoria da qualidade de vida, com o consumo de água de boa qualidade, conseqüentemente contribuindo para a redução da mortalidade infantil”, explicou o coordenador.

Os dados e necessidades da cidade de Serra Branca são também um reflexo do que ocorre em diversos municípios do semi-árido brasileiro, revelando a necessidade urgente de melhoria da qualidade de vida das pessoas dessa região.

Na década de 90, com os avanços tecnológicos e os programas oficiais de apoio a municípios afetados pela seca, montadoras nacionais viabilizaram melhorias para unidades de dessalinização, aproveitando a água salobra de poços já perfurados e transformando as unidades para capacidades de porte médio, de 2 mil a 5 mil litros por hora. Segundo dados apresentados pelo projeto, estima-se que 2 mil unidades de osmose inversa tenham sido instaladas no Nordeste durante esse período, porém grande número destas hoje está inoperante por falta de operação adequada, de manutenção e custeio.

“ O grupo também se articulou, a partir de um patamar representado pelas condições locais sócioeconômicas da região do semi-árido, e pela oferta de tecnologia disponível, para promover melhorias adaptativas e inovações nas unidades de dessalinização. Percebemos que existe a necessidade de um gerenciamento adequado de recursos técnicos e humanos que visem à racionalização e à otimização do uso e da manutenção destes dessalinizadores por osmose inversa”, completou.

Aumento da oferta de água potável
Além da produção das membranas tipo fibras ocas para substituir as membranas importadas, o projeto também focou em estudar melhorias do desempenho e vida útil dos sistemas de dessalinização no semi-árido. “Apesar das vantagens do processo de osmose inversa, existe a dificuldade de acesso a alguns componentes, principalmente módulos de membranas, importadas e de custo relativamente alto, e as dificuldades de gerenciamento e manutenção das unidades instaladas, sem os quais tornam-se inoperantes em curtos intervalos de tempo”, explicou o coordenador Kepler França.

“Nesse contexto, o principal objetivo do projeto foi aumentar a oferta de água potável com a maior eficiência na dessalinização de águas salobras por osmose inversa. Para atingir os resultados, unimos competências e experiências complementares dos pesquisadores da Paraíba e do Rio de Janeiro, de modo que investimos em atuar na solução de um sério problema nacional, que há anos causa flagelo em uma grande parte da população que vive na região do semi-árido brasileiro. A escassez de água potável traz diversas seqüelas, como aumento da taxa de mortalidade infantil e baixo nível de desenvolvimento social e econômico da região”, finalizou.

Assessoria de Comunicação Social do CNPq

Amigos do Bem

Quem são os Amigos do Bem? Instituição não-governamental, sem fins lucrativos, cujo principal objetivo é contribuir para a erradicação da fome e da miséria por meio de ações educacionais e projetos auto-sustentáveis, favorecendo o desenvolvimento social da população carente do Sertão Nordestino.

Histórico: A partir de 1993, por meio de campanhas realizadas no período do Natal e do Ano Novo, um grupo de amigos liderados por Alcione de Albanesi passou a arrecadar e distribuir no Sertão Nordestino alimentos, roupas, colchões, brinquedos e cadeiras de rodas, levando também atendimento médico e odontológico aos povoados carentes da região. Dez anos depois, com base nas experiências adquiridas, nasce os Amigos do Bem, Instituição Nacional Contra a Fome e a Miséria no Sertão Nordestino, que além de promover ações emergenciais, passou a atuar de forma contínua, buscando o Desenvolvimento Auto-Sustentável para a transformação de vidas através da implantação de diversos projetos.

Os Amigos do Bem desenvolvem diversos projetos (veja no site). Por exemplo, Perfuração de Poços Artesianos. A perfuração do poço artesiano é o primeiro passo para o início de qualquer projeto de transformação. Primeiro são feitos estudos geológicos e uma análise técnica do local a fim de confirmar a existência de água, para, em seguida, ser perfurado o poço. Como este projeto é realizado: análise técnica da região para confirmar a existência de água; após estudos geológicos, é marcado o local para a perfuração; identifica-se a profundidade necessária para se obter a melhor vazão (normalmente são perfurados de 100 a 200 metros); após a perfuração, são feitas análises físico-químicas ou microbiológicas da água;
Avalia-se a quantidade de poços necessários para abastecer o projeto que será implantado no local. Obs.: cada poço perfurado tem uma placa fixada com o nome de seu doador.

Como posso participar dos Amigos do Bem? Doando mensalmente recursos financeiros; fornecendo serviços ou materiais que viabilizem os projetos; divulgando nossos projetos entre familiares, amigos e nas empresas.

Qual é o objetivo dos Amigos do Bem? Gerar desenvolvimento local e inclusão social, capazes de combater a fome e a miséria, por meio de ações educacionais e projetos auto-sustentáveis.

O que fazem e como trabalham os Amigos do Bem? Identificam povoados em grave situação de fome e miséria; cadastram as famílias; avaliam as famílias cadastradas para inclusão nos projetos, de acordo com critérios preestabelecidos; analisam periodicamente os resultados qualitativos e quantitativos das ações, sempre com o objetivo de aprimorar cada projeto; ampliam gradativamente as áreas de atuação, objetivando atender um número cada vez maior de famílias carentes; acompanham sistematicamente as famílias assistidas.

Qual é o público-alvo dos Amigos do Bem? Adultos e crianças do Sertão Nordestino que vivem em situação de vulnerabilidade e exclusão social.

Por que os Amigos do Bem atuam no Sertão Nordestino? Má distribuição de renda, pobreza e fome existem em todo o Brasil, inclusive nos centros urbanos. Porém verificamos, a partir de estudos e pesquisas, que no Sertão Nordestino - semi-árido mais populoso do mundo - a situação é agravada pelos grandes períodos de seca e, conseqüentemente, pela falta de trabalho.

Qual é a fonte de recursos dos Amigos do Bem? Os recursos são obtidos por meio das doações dos colaboradores, voluntários e Empresas Amigas do Bem.

Os Amigos do Bem possuem escritórios regionais ou representantes? Temos 3 unidades: Unidade Pacaembu: Av. Pacaembu, 808 - Fone: (11) 3665-0003 São Paulo - SP; Unidade Catimbau Buíque - PE Visita Restrita. Somente com autorização da central de São Paulo; Unidade Agrovila: Agrovila - CE Visita Restrita. Somente com autorização da central de São Paulo.