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quinta-feira, dezembro 21, 2006

UFPR comemora 20 anos de pesquisa distribuindo mudas de pinheiro

UFPR, 04/12/2006 - Os 20 anos de pesquisa com pinheiros clonados na Universidade Federal do Paraná serão comemorados dias 5 e 6 de dezembro (terça e quarta-feira) com a distribuição de quatro mil mudas de “Araucaria angustifolia” no Setor de Ciências Agrárias, (Rua dos Funcionários, 1.540).

A comemoração marca também uma nova etapa da pesquisa, que é a diversificação de mudas e a campanha para a criação de um Instituto de Pesquisas com Araucária ou uma gerência nacional para reunir todos os estudos que vêm sendo feitos sobre o pinheiro no Estado e no País.

Para formar florestas com pinheiros de origens variadas, o coordenador das pesquisas na UFPR, professor Flávio Zanette coletou pinhões em Bom Jardim e São Joaquim, Santa Catarina e São Francisco de Paula e Tangará da Serra, Rio Grande do Sul. Essas plantas serão distribuídas aos interessados junto com as mudas produzidas por cruzamento dirigido na UFPR. As pessoas que puderem serão convocadas a dar uma contribuição simbólica de R$ 1,00 por planta. O dinheiro será revertido para a continuidade dos estudos, mas quem não tem condições leva as plantas gratuitamente. Alunos da equipe de pesquisa estarão fazendo a distribuição das 8, às 18 horas.

As pessoas que levarem mudas farão um cadastro com nome, telefone, CPF e endereço de plantio. O objetivo dos pesquisadores é saber onde estarão as plantas para acompanhar o crescimento das árvores.

Além de realizar uma diversificação genética das árvores, a meta é incentivar a produção de pinhões, como alternativa para reforçar a alimentação, destaca o professor Zanette.

NOVIDADES - Os interessados também poderão conhecer os mais recentes resultados com a enxertia e estaquia de araucárias adultas.

Pesquisador da UFPR recebe prêmio

Conhecido por seus estudos sobre a clonagem de pinheiro do Paraná, como alternativa para evitar a extinção da espécie, o pesquisador da Universidade Federal do Paraná, Flávio Zanette, acaba de ser homenageado em Santa Catarina, com o prêmio Gigantes 2005, uma promoção anual do Jornal Tribuna de Balneário Camboriú.

De acordo com os organizadores a estatueta é conferida a pessoas e empresas que desenvolvem a solidariedade no seu dia-a-dia e que trabalham para mudar a vida da comunidade. Esse ano, foram destacados profissionais de todo Brasil e do Exterior.

Além do troféu os homenageados fazem parte da edição num livro que foi lançado durante a entrega do prêmio, na última sexta-feira, dia11 de novembro. A publicação é distribuída para bibliotecas de todo País. Esse ano o tema central da quarta premiação foi “Uma lição de Vida”.

Foram premiadas personalidades que se destacaram em 10 áreas, como inovação; política, ética e consciência; artes; empreendedorismo; juventude e garra; mulher e força; educação, cultura e responsabilidade social; dedicação e vida; ação social e benemerência, além de vida a dois e ainda empresas e negócios.

Zanette foi homenageado na categoria grandes realizadores. É o reconhecimento pelas pesquisas em busca da preservação da araucária, o nosso pinheiro, destacou o pesquisador. As primeiras clonagens começaram há 19 anos, junto com a pesquisadora Cecília Iritani, na UFPR. Hoje há árvores clonadas em várias regiões do Paraná e Santa Catarina. Esse projeto continua e a novidade é o cruzamento entre pólem de pinheiros machos de Lajes, Santa Catarina em pinhas colhidas na região de Curitiba. Foram feitos 240 cruzamentos em outubro.

Pinheiro polinizado pelo homem dá frutos

Segundo coordenador do projeto, professor Flávio Zanette, a polinização dirigida pode aumentar a qualidade dos pinhões.

A pesquisa pela preservação do pinheiro do Paraná, “Araucária angustifólia” em laboratório, conquista mais um importante avanço na UFPR.

Acaba de ser colhida a primeira pinha, fruto da polinização dirigida em 2003. "Há 66 pinhões numa única pinha", comenta com surpresa o pesquisador Flávio Zanette, que começou a desenvolver estudos com pinheiro há quase 20 anos.

A colheita da primeira de mais de 40 pinhas obtidas através da polinização dirigida ocorre um ano e sete meses depois da técnica ter sido aplicada. Os resultados estão comprovando que o homem pode fazer de maneira controlada o que o vento faz aleatoriamente. "Assim, teremos sementes de melhor qualidade", comenta o pesquisador.

Laboratório de Micropropagação faz 20 anos

Com um histórico de 21 teses de doutorado e 17 dissertações de mestrado o Laboratório de Microprogação de Plantas do Setor de Ciências Agrárias da UFPR está completando este mês 20 anos de atividades.

Foi nessa unidade que nasceu o pinheiro de proveta, através de uma técnica de fertilização para evitar a extinção da espécie. A primeira árvore obtida em laboratório foi plantada no município de Araucária e já está completando, em 2005, 19 anos. Hoje, há árvores em várias cidades paranaenses, de Santa Catarina e de outros Estados.

Atualmente estão sendo desenvolvidos 14 estudos no laboratório criado pelo pesquisador Flávio Zanette e que começou a funcionar em 12 de março de 1985. A solenidade que marca os 20 anos foi realizada na última sexta-feira e contou com a participação de pesquisadores e pós-graduandos que já desenvolveram e também que ainda realizam pesquisas na unidade. "Até dia 16, quarta-feira, no fim da tarde fica aberta a exposição de painéis sobre as pesquisas já desenvolvidas no laboratório", explica o atual coordenador, professor Luiz Antonio Biasi.

Os pesquisadores estudam agora a propagação do cinamomo visando controle da dengue. Trata-se de uma árvore comum na região sudoeste do Paraná. Outra pesquisa é sobre o eucalipto tolerante a metais pesados. A intenção dos estudiosos é plantar a árvore em solo poluído e utilizar a espécie para recuperar a terra. Também há estudos com plantas medicinais como o xaxim e ainda, a espinheira santa e plantas ornamentais como o abacaxi. Na área da fruticultura estão sendo realizados estudos de enxertia de macieiras e videiras, além da microenxertia da “ Araucária angustifólia”, o pinheiro do Paraná.

O Laboratório de Micropropagação de Plantas foi financiado pelo Ministério da Agricultura, mas em 1998, depois que os primeiros resultados começaram a aparecer, a FINEP- Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério de Ciência e Tecnologia liberou U$ 200 mil, o que permitiu a criação de um segundo laboratório, desta vez no Setor de Ciências Biológicas, no Departamento de Botânica. "Além de frutos para a ciência a primeira unidade gerou outro laboratório, facilitando a vida de estudantes da Biológicas que não precisam mais ir até o Setor de Ciências Agrárias", lembra Zanette. Assim a iniciativa que nasceu com um pesquisador e dois estagiários, hoje conta com 20 pessoas.